A CARTA DE IBIAPINOPOLIS: UMA HISTÓRIA DE AMOR NO SERTÃO

Atualmente, podemos considerar qualquer objeto pode ser considerado uma fonte histórica. Como, por exemplo, esta carta que foi escrita no dia 1 de janeiro de 1945, ano este que se deu o fim da Segunda Guerra Mundial, escrita em Ibiapinópolis atual cidade de Soledade, Paraíba.

Infelizmente, ela se encontra em um péssimo estado de conservação, porém ainda existe a possibilidade de entender o conteúdo da mesma.

Esta carta foi uma resposta de outra carta, que chegou até  Francisco  por um homem conhecido por "Mané Coló". Ao chegar ao mercado da rua de baixo em um dia de feira, "Mané" entregou a carta à Francisco que fez a resposta na hora. A entregou a "Mané" junto com um tapa no pé do ouvido. Reza a lenda que voou farinha, feijão e milho para todos os lados!

Uma recusa de um pedido de noivado, que diz assim:

Ibiapinopolis 1 de Janeiro de 1945

Braz

Acuso o recebimento de sua carta pedindo cininha em casamento. Em resposta tenho a dizer-lhe que não insista de forma nenhuma. Não vejo aqui Rapaz que esteja esse em condição de se casar e mesmo tenho minha filhas para dar a rapaz pobre como elas mais saiba trabalhar e que compreenda com que responsabilidade de dono de casa.
Sem mais

 Francisco Couto

Como resultado: os dois fugiram e se casaram escondidos. 

Maria Ercina e Braz 

Maria Ercina , Braz e seus filhos (Maria de Djailma, Manoca, Babá, Didi, e Assis

Os historiadores devem começar a procurar conhecer e entender a história daqueles que não aparecem montados em um cavalo no rio do Ipiranga ou, então, assinando um tratado da Lei Áurea. Mas, sim, daqueles que diretamente ou indiretamente participaram da história, Contudo não possuem seus nomes destacados nos livros e notícias.

Graças a fontes como essas podemos compreender a diferenças dos tempos. Esta carta é filha do seu tempo e de sua região. Dos costumes que regem está sociedade. Atualmente, dificilmente veríamos uma situação como essas nas cidades moderna.