A RELIGIÃO DOMESTICA
1. A ORIGEM DAS CRENÇAS
Quando
vamos analisar outra crença diferente da nossa, não conseguimos pensar que
pessoas realmente acreditam ou acreditavam nelas. Por que realmente é difícil
aceitar algo que seja diferente a nos, algo que não estamos acostumados, das
nossas verdades.
Ao
aprofundarmos mais o estudo sobre os povos que ramificaram os gregos e
itálicos, a raça indo-europeia, veremos que existia uma crença que até hoje
vivemos vestígios dela, esta baseada em relação a natureza alma e morte. Nos
primórdios na Grécia existia a crença em uma segunda vida, nada parecido com a
metempsicose, para eles o espirito não voltava em vida para outro corpo humano,
nem animais ou plantas, e também não tinham o pensamento de céu ou inferno,
para eles a alma continuava na terra vivendo entre os seres humanos ainda vivos.
“As mais antigas gerações, muito
antes que aparecessem os filósofos, acreditaram em uma grande existência depois
da atual. Encararam a morte não como uma dissolução do ser, mas uma simples mudança
de vida” Pag. 17
A
alma continuava ligada ao corpo e seriam enterrados junto com ele, pensamentos
esse em que não existem evidências escritas apenas os ritos fúnebres que
sobreviveram com o passar do tempo.
Acreditava-se
que ao enterram um corpo, estava enterrando um ser imortal, no fim da cerimonia
era chamado o nome do falecido umas três vezes e o desejava uma vida feliz
sobre a terra, enterrando muitas vezes objetos que eram para ele importantes em
vida, o morto era alimentado, degolava-se animais e escravos e os sepultavam
juntos para os servi depois de morto, assim como faziam em vida. Embora não
pensarmos nisso, esse costume de uma forma mais sutil ainda existe. Colocamos
nos túmulos dos mortos hodiernamente, ali repousa, ou jaz, mesmo que o sentido
que usamos não denote que realmente acreditamos que alguém vivo esteja
enterrado, muito menos um ser imortal, é apenas um reflexo desse passado. Sem
falar dos costumes de colocar uma camisa de time, um anel, ou qualquer outra
coisa no caixão do falecido, algo que ele muito gostava, nesse momento também
estará refletindo essa religião antiga.
1.1 A NECESSIDADE DO SEPULTAMENTO
Foi
nesta crença primitiva que começou a necessidade em relação ao sepultamento, a
alma teria que ter uma morada e ela teriam que ser coberta com a terra, se a
alma não tivesse uma sepultura virava errante (fantasma), pelo fato de não
receber as ofertas e alimentos que tanto precisavam se tornava infeliz,
resultando em um ser perverso que atormentava os seres vivos causando-lhes
doenças destruindo suas plantações com o objetivo de que fizessem a sua morada
e dessem suas ofertas, ou seja, para uma alma ser feliz ela tinha que ter uma
morada que seria a sepultura para que pudesse receber suas ofertas se não, nada,
mas era que uma alma miserável. Apenas o sepultamento não era o bastante para a
alma tinha-se que também obedecer a ritos tradicionais e as formulas sem todo
esse conjunto, realizando apenas o sepultamento a alma não ficaria ali no
tumulo, como exemplo temos a historia de Calígula contado por Suetone em que
relata que alma de Calígula saiu do tumulo e tornou-se errante pelo fato de ter
sido enterrado antes de completar a cerimônia fúnebre, do mesmo modo que
existiam formulas para enterrar e “aprisionar” as almas existia também as que
invocavam os mortos a superfície.
“Notemos bem que não
bastava confiar o corpo à terra. Era necessário ainda obedecer a ritos
tradicionais, e pronunciar determinadas
formulas. E Plauto encontra-se a historia de uma alma penada, forçada a andar
errante, por que o seu corpo foi lançado a terra sem o seu devido ritual” Pag.
21
O maior medo do homem não era o fato de morrer
e sim o fato de que depois de sua morte ele não recebesse sua sepultura e os
devidos ritos, pois disso dependiam a sua felicidade eterna. O homem poderia
ter realizado em vida coisas boas ou coisas ruins, mas isso não influenciaria a
sua morada depois da morte aquele que vivia debaixo da terra ainda não perdia a
necessidade de se alimentar, em determinados dias do ano era levado ao tumulo alimentos,
eles eram jogados dentro de um buraco que era feito no tumulo para que pudessem
chegar aos defuntos alimentos, os líquidos como vinho e leite eram derramados
sobre a terra.
Em
todo o tumulo existia uma cozinha especial chamado de culina que era usada exclusivamente
para o uso do morto, eram pronunciados formulas consagradas para que o morto
pudesse comer e beber, a família inteira
assistia o rito mas não podia tocar os alimentos. Hoje podemos notar que a
sociedade ocidental em boa parte em vez de levar alimentos aos seus mortos
leva-se grinaldas de flores, costume esse que naquela época também já existia.
Esses
costumes prevaleceram durante um grande tempo tornando-se o culto dos mortos, o
morto passou a ser uma criatura sagrada, satisfazer suas necessidades virou uma
obrigação dos vivos, cada morto eram um deus, os manes (nomenclatura dada pelos
latinos), os túmulos eram templo, era lá onde os deuses estavam, diante do
tumulo havia um altar onde se dava os sacrifícios.
1.2 DEUS UM ANTEPASSADO
Hoje
no ocidente temos como religião, mais conhecida o cristianismo onde Deus foi o
criador de tudo, mas antigamente os deuses eram os antepassados porque o deus
era quem criava, e na concepção deles quem criava era quem dava a vida aos
seres humanos e os únicos capazes de dar vida eram seus antepassados, ou seja,
seus pais. A dadiva de gerar um filho era para eles algo fora do entendimento era
isso que tornava divino, e que gerava essa apoteose aos antepassados.
O
antepassado dependia dos seus descendentes e visse versa. O homem vivo, não
poderia abandonar seus manes, e nem seus manes os seus descendentes, pois era
uma relação de troca. Concepções essa dos romanos e dos gregos acreditavam que
um morto esquecido poderia se tornar uma criatura incrivelmente maléfica e
traria desgraça para todos, já um morto alimentado traria uma vida de bonança,
fertilidade e felicidade. A eles eram dirigidas orações pedindo piedade e
realizações de desejos. Essas divindades para os gregos eram chamadas de
demônios ou heróis, os latinos chamavam de lares, manes, ou gênios.
No
primeiro momento talvez tenha sido a primeira vez em que o sobrenatural fosse
levado em consideração, sedo a religião talvez mais antiga.
2. O FOGO SAGRADO
Nas
moradas tanto dos gregos, como dos romanos, havia um altar em que ficavam
cinzas e carvões acesos era o chamado fogo sagrado, esse fogo não poderia ser
apagado em nenhum momento, a maior preocupação da família era manter esse fogo
sempre acesso, caso ele se apagasse a família seria extinta. O fogo não poderia
ser derivado de qualquer madeira e nem acesso de qualquer jeito, não se podia
alimentar o fogo com todos os tipos de formas, e também cometer ações impuras
na frente dele. Em apenas um dia do ano se poderia apagar esse fogo e acender
outro no lugar, era no dia 1º de março. O método utilizado para o surgimento do
fogo era concentrar o sol na madeira, ou causa atrito entre as madeiras.
O
fogo era divino e a ele assim como aos mortos eram ofertados alimentos, flores
entre outros. Pediam a eles proteção, saúde, riqueza, felicidade. Faziam
orações e cantavam hinos para o fogo sagrado. O fogo era um deus que poderia
dar a eles tudo que eles queriam um deus poderoso, protetor, forte e bom. Isto
fazia parte do culto a oferta de alimentos que era dividido entre o homem e o deus,
uma verdadeira comunhão, orações e está crença não estava apenas limitada a
Grécia e Itália estava também do Oriente. Não se questionava se ele estava ou
não ou se alimentava ou não, outra característica era o fato de que antes de
qualquer coisa inclusive dos deuses, o fogo era mais importante tanto que
recebeu nomenclatura de Vesta (a divindade do fogo) e era considerado o deus
mais antigo. Podemos perceber características da religião Brama e também nos
hindus, isto não implica que os hindus copiaram a religião dos itálicos, e nem
que os itálicos copiaram a religião dos gregos, mas sim que seus antepassados
foram os mesmos, todos vieram da Ásia Central portado essa religião é mais
antiga do que podemos imaginar e se separam para vários lugares do mundo
resultado em uma escolha deferente de deuses, mas conservado a essência da
religião primitiva. Com o passar do tempo a religião foi se modificando
principalmente quando tornou-se um
habito representar os deuses através de nomes e imagens até mesmo a Vesta
tornou-se estia Vesta que significava o altar
logo depois sendo representado por uma mulher e mas tarde uma estatua da
deusa virgem não ligada ao mundo nem a fecundidade mais
não mudou a questão de quer a Vesta era o fogo do altar sagrado. Era o equilíbrio a ordem moral do
mundo.
“O culto sagrado não
pertencia a apenas os povos da Grécia e da Itália. Encontramo-lo também no
oriente. As leis Manu, na redação que chegou ate nos, mostra-nos a religião de
Brama completamente estabelecida, e entrando em declínio; mas ela guardava
vestígios e restos de uma religião mais antiga, a do fogo...” Pag.37
O
fogo sagrado não era qualquer fogo é importante fazer essa diferenciação. O
fogo sagrado precisava de certos ritos, formulas madeiras selecionadas e não
com todos os tipos de alimentos, ou seja, o fogo puro não era o mesmo que o da
natureza material. Uma religião extraída da própria natureza do homem e não uma
concepção de algo totalmente abstrato o deus para eles era quem criava o único
ser que eles viam capaz de gerar era seus pais, seus dessedentes.
3. A RELIGIÃO DOMÉSTICA
Na
religião domestica cada família tinha seu deus suas formulas de orações e ele
não era acessível a todos ele não aceitava nenhum tipo de culto que fosse de
uma família diferente, é importante esclarecer quer o deus deles não era um
deus acessível a todos como o deus do cristianismo. A religião era puramente
domestica. Nos funerais era terminantemente proibida a entrada de estranhos,
pisar com pé na cova do defunto era um grande insulto mesmo que não fosse
intencional. A oferta não poderia ser feita se não fosse por seu filho homem
primogênito, e tinha quer ser filho de um casamento, pois um casamento junto ao
fogo sagrado fazia com que ele fosse digno de oferecer sacrifício. O filho
tinha como obrigação casar, caso contrario estaria destruído a felicidade de
seus antepassados e sento negligente.
No
inicio os túmulos eram no próprio terreno da família, lá era enterrado todos os
membros da família, com intuito talvez de que quando um filho chegasse ou
saísse da casa pudesse se encontrar com os seus antepassados e de certa forma
ele estivesse presente entre eles.
È
importante levantar a questão, a religião era diferente em cada casa , quando
fala em diferente quero dizer que em cada casa havia antepassados diferentes, o
fogo de uma casa não era o mesmo que o da casa vizinha e ele não protegia
ninguém além dos que moravam na residência em que estava, além de não ser
publico. O fogo sagrado nunca era colocado fora de casa, era localizado em um
lugar que estivesse protegido dos olhares dos estranhos. A casa era um templo
em que seu deus o protegia.
“Assim, a religião não residia nos templos,
mas nas casas; cada um tinha seus deuses; cada deus protegia apenas uma
família, e era deus apenas de uma casa (...). Ela nasceu espontaneamente no
espirito humano; seu berço foi a família; cada
família fez seus próprios deuses” Pag. 53
Assim
podemos entender porque a família era tão importante desse culto. Deste o
nascimento da criança até a morte ela vivia em contato direto com essa religião
e entedia a importância de manter esta tradição. O pai educava o filho a seguir
essas crenças e as mulheres não participavam de forma direta. Quando não era
casada participava através do pai e depois de casada através do marido sendo
até comparada como filha do marido.
ALGUNS ERRINHOS DE PORTUGUÊS, MAS NÃO IMPEDIU-ME DE ENTENDER. PARABÉNS ;)
ResponderExcluirALGUNS ERRINHOS DE PORTUGUÊS, MAS NÃO IMPEDIU-ME DE ENTENDER. PARABÉNS ;)
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