terça-feira, 24 de julho de 2012

A RELIGIÃO DOMESTICA


1. A ORIGEM DAS CRENÇAS

Quando vamos analisar outra crença diferente da nossa, não conseguimos pensar que pessoas realmente acreditam ou acreditavam nelas. Por que realmente é difícil aceitar algo que seja diferente a nos, algo que não estamos acostumados, das nossas verdades.

Ao aprofundarmos mais o estudo sobre os povos que ramificaram os gregos e itálicos, a raça indo-europeia, veremos que existia uma crença que até hoje vivemos vestígios dela, esta baseada em relação a natureza alma e morte. Nos primórdios na Grécia existia a crença em uma segunda vida, nada parecido com a metempsicose, para eles o espirito não voltava em vida para outro corpo humano, nem animais ou plantas, e também não tinham o pensamento de céu ou inferno, para eles a alma continuava na terra vivendo entre os seres humanos ainda vivos.

As mais antigas gerações, muito antes que aparecessem os filósofos, acreditaram em uma grande existência depois da atual. Encararam a morte não como uma dissolução do ser, mas uma simples mudança de vida” Pag. 17

A alma continuava ligada ao corpo e seriam enterrados junto com ele, pensamentos esse em que não existem evidências escritas apenas os ritos fúnebres que sobreviveram com o passar do tempo.

Acreditava-se que ao enterram um corpo, estava enterrando um ser imortal, no fim da cerimonia era chamado o nome do falecido umas três vezes e o desejava uma vida feliz sobre a terra, enterrando muitas vezes objetos que eram para ele importantes em vida, o morto era alimentado, degolava-se animais e escravos e os sepultavam juntos para os servi depois de morto, assim como faziam em vida. Embora não pensarmos nisso, esse costume de uma forma mais sutil ainda existe. Colocamos nos túmulos dos mortos hodiernamente, ali repousa, ou jaz, mesmo que o sentido que usamos não denote que realmente acreditamos que alguém vivo esteja enterrado, muito menos um ser imortal, é apenas um reflexo desse passado. Sem falar dos costumes de colocar uma camisa de time, um anel, ou qualquer outra coisa no caixão do falecido, algo que ele muito gostava, nesse momento também estará refletindo essa religião antiga.

 

 

1.1 A NECESSIDADE DO SEPULTAMENTO

Foi nesta crença primitiva que começou a necessidade em relação ao sepultamento, a alma teria que ter uma morada e ela teriam que ser coberta com a terra, se a alma não tivesse uma sepultura virava errante (fantasma), pelo fato de não receber as ofertas e alimentos que tanto precisavam se tornava infeliz, resultando em um ser perverso que atormentava os seres vivos causando-lhes doenças destruindo suas plantações com o objetivo de que fizessem a sua morada e dessem suas ofertas, ou seja, para uma alma ser feliz ela tinha que ter uma morada que seria a sepultura para que pudesse receber suas ofertas se não, nada, mas era que uma alma miserável. Apenas o sepultamento não era o bastante para a alma tinha-se que também obedecer a ritos tradicionais e as formulas sem todo esse conjunto, realizando apenas o sepultamento a alma não ficaria ali no tumulo, como exemplo temos a historia de Calígula contado por Suetone em que relata que alma de Calígula saiu do tumulo e tornou-se errante pelo fato de ter sido enterrado antes de completar a cerimônia fúnebre, do mesmo modo que existiam formulas para enterrar e “aprisionar” as almas existia também as que invocavam os mortos a superfície.

“Notemos bem que não bastava confiar o corpo à terra. Era necessário ainda obedecer a ritos tradicionais,  e pronunciar determinadas formulas. E Plauto encontra-se a historia de uma alma penada, forçada a andar errante, por que o seu corpo foi lançado a terra sem o seu devido ritual” Pag. 21

 O maior medo do homem não era o fato de morrer e sim o fato de que depois de sua morte ele não recebesse sua sepultura e os devidos ritos, pois disso dependiam a sua felicidade eterna. O homem poderia ter realizado em vida coisas boas ou coisas ruins, mas isso não influenciaria a sua morada depois da morte aquele que vivia debaixo da terra ainda não perdia a necessidade de se alimentar, em determinados dias do ano era levado ao tumulo alimentos, eles eram jogados dentro de um buraco que era feito no tumulo para que pudessem chegar aos defuntos alimentos, os líquidos como vinho e leite eram derramados sobre a terra.

Em todo o tumulo existia uma cozinha especial chamado de culina que era usada exclusivamente para o uso do morto, eram pronunciados formulas consagradas para que o morto pudesse comer e beber, a família  inteira assistia o rito mas não podia tocar os alimentos. Hoje podemos notar que a sociedade ocidental em boa parte em vez de levar alimentos aos seus mortos leva-se grinaldas de flores, costume esse que naquela época também já existia.

Esses costumes prevaleceram durante um grande tempo tornando-se o culto dos mortos, o morto passou a ser uma criatura sagrada, satisfazer suas necessidades virou uma obrigação dos vivos, cada morto eram um deus, os manes (nomenclatura dada pelos latinos), os túmulos eram templo, era lá onde os deuses estavam, diante do tumulo havia um altar onde se dava os sacrifícios.

1.2 DEUS UM ANTEPASSADO

Hoje no ocidente temos como religião, mais conhecida o cristianismo onde Deus foi o criador de tudo, mas antigamente os deuses eram os antepassados porque o deus era quem criava, e na concepção deles quem criava era quem dava a vida aos seres humanos e os únicos capazes de dar vida eram seus antepassados, ou seja, seus pais. A dadiva de gerar um filho era para eles algo fora do entendimento era isso que tornava divino, e que gerava essa apoteose aos antepassados.

O antepassado dependia dos seus descendentes e visse versa. O homem vivo, não poderia abandonar seus manes, e nem seus manes os seus descendentes, pois era uma relação de troca. Concepções essa dos romanos e dos gregos acreditavam que um morto esquecido poderia se tornar uma criatura incrivelmente maléfica e traria desgraça para todos, já um morto alimentado traria uma vida de bonança, fertilidade e felicidade. A eles eram dirigidas orações pedindo piedade e realizações de desejos. Essas divindades para os gregos eram chamadas de demônios ou heróis, os latinos chamavam de lares, manes, ou gênios.

No primeiro momento talvez tenha sido a primeira vez em que o sobrenatural fosse levado em consideração, sedo a religião talvez mais antiga.

2. O FOGO SAGRADO                                                                                         

Nas moradas tanto dos gregos, como dos romanos, havia um altar em que ficavam cinzas e carvões acesos era o chamado fogo sagrado, esse fogo não poderia ser apagado em nenhum momento, a maior preocupação da família era manter esse fogo sempre acesso, caso ele se apagasse a família seria extinta. O fogo não poderia ser derivado de qualquer madeira e nem acesso de qualquer jeito, não se podia alimentar o fogo com todos os tipos de formas, e também cometer ações impuras na frente dele. Em apenas um dia do ano se poderia apagar esse fogo e acender outro no lugar, era no dia 1º de março. O método utilizado para o surgimento do fogo era concentrar o sol na madeira, ou causa atrito entre as madeiras.

O fogo era divino e a ele assim como aos mortos eram ofertados alimentos, flores entre outros. Pediam a eles proteção, saúde, riqueza, felicidade. Faziam orações e cantavam hinos para o fogo sagrado. O fogo era um deus que poderia dar a eles tudo que eles queriam um deus poderoso, protetor, forte e bom. Isto fazia parte do culto a oferta de alimentos que era dividido entre o homem e o deus, uma verdadeira comunhão, orações e está crença não estava apenas limitada a Grécia e Itália estava também do Oriente. Não se questionava se ele estava ou não ou se alimentava ou não, outra característica era o fato de que antes de qualquer coisa inclusive dos deuses, o fogo era mais importante tanto que recebeu nomenclatura de Vesta (a divindade do fogo) e era considerado o deus mais antigo. Podemos perceber características da religião Brama e também nos hindus, isto não implica que os hindus copiaram a religião dos itálicos, e nem que os itálicos copiaram a religião dos gregos, mas sim que seus antepassados foram os mesmos, todos vieram da Ásia Central portado essa religião é mais antiga do que podemos imaginar e se separam para vários lugares do mundo resultado em uma escolha deferente de deuses, mas conservado a essência da religião primitiva. Com o passar do tempo a religião foi se modificando principalmente quando tornou-se  um habito representar os deuses através de nomes e imagens até mesmo a Vesta tornou-se estia Vesta que significava o altar  logo depois sendo representado por uma mulher e mas tarde uma estatua da deusa virgem não ligada ao mundo nem a fecundidade  mais  não mudou a questão de quer a Vesta era o fogo do altar  sagrado. Era o equilíbrio a ordem moral do mundo.  

“O culto sagrado não pertencia a apenas os povos da Grécia e da Itália. Encontramo-lo também no oriente. As leis Manu, na redação que chegou ate nos, mostra-nos a religião de Brama completamente estabelecida, e entrando em declínio; mas ela guardava vestígios e restos de uma religião mais antiga, a do fogo...” Pag.37

O fogo sagrado não era qualquer fogo é importante fazer essa diferenciação. O fogo sagrado precisava de certos ritos, formulas madeiras selecionadas e não com todos os tipos de alimentos, ou seja, o fogo puro não era o mesmo que o da natureza material. Uma religião extraída da própria natureza do homem e não uma concepção de algo totalmente abstrato o deus para eles era quem criava o único ser que eles viam capaz de gerar era seus pais, seus dessedentes.

 

 

3. A RELIGIÃO DOMÉSTICA

Na religião domestica cada família tinha seu deus suas formulas de orações e ele não era acessível a todos ele não aceitava nenhum tipo de culto que fosse de uma família diferente, é importante esclarecer quer o deus deles não era um deus acessível a todos como o deus do cristianismo. A religião era puramente domestica. Nos funerais era terminantemente proibida a entrada de estranhos, pisar com pé na cova do defunto era um grande insulto mesmo que não fosse intencional. A oferta não poderia ser feita se não fosse por seu filho homem primogênito, e tinha quer ser filho de um casamento, pois um casamento junto ao fogo sagrado fazia com que ele fosse digno de oferecer sacrifício. O filho tinha como obrigação casar, caso contrario estaria destruído a felicidade de seus antepassados e sento negligente.

No inicio os túmulos eram no próprio terreno da família, lá era enterrado todos os membros da família, com intuito talvez de que quando um filho chegasse ou saísse da casa pudesse se encontrar com os seus antepassados e de certa forma ele estivesse presente entre eles.

È importante levantar a questão, a religião era diferente em cada casa , quando fala em diferente quero dizer que em cada casa havia antepassados diferentes, o fogo de uma casa não era o mesmo que o da casa vizinha e ele não protegia ninguém além dos que moravam na residência em que estava, além de não ser publico. O fogo sagrado nunca era colocado fora de casa, era localizado em um lugar que estivesse protegido dos olhares dos estranhos. A casa era um templo em que seu deus o protegia.

“Assim, a religião não residia nos templos, mas nas casas; cada um tinha seus deuses; cada deus protegia apenas uma família, e era deus apenas de uma casa (...). Ela nasceu espontaneamente no espirito humano; seu berço foi a família; cada  família fez seus próprios deuses” Pag. 53

 

Assim podemos entender porque a família era tão importante desse culto. Deste o nascimento da criança até a morte ela vivia em contato direto com essa religião e entedia a importância de manter esta tradição. O pai educava o filho a seguir essas crenças e as mulheres não participavam de forma direta. Quando não era casada participava através do pai e depois de casada através do marido sendo até comparada como filha do marido.

2 comentários:

  1. ALGUNS ERRINHOS DE PORTUGUÊS, MAS NÃO IMPEDIU-ME DE ENTENDER. PARABÉNS ;)

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  2. ALGUNS ERRINHOS DE PORTUGUÊS, MAS NÃO IMPEDIU-ME DE ENTENDER. PARABÉNS ;)

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