ARQUEOLOGIA: A ORIGEM DA VIDA
Não se conhece
completamente uma ciência, enquanto não se souber a sua historia
A. Conte
A teoria que mais predominava no
ocidente em relação ao surgimento do mundo era o cristianismo, ou seja, Deus
havia criado o mundo e os seres humanos, o homem Adão e a mulher Eva resultando
na procriação e no povoamento da terra. Em meados dos séculos XIX o
cristianismo foi contraposto quando Christian j. Thonsem afirmou que o homem já
vivera há muito tempo nesse planeta, tempo maior do que se supõe pelo que
relata bíblia e dividiu esse período em: idade da pedra; idade do bronze; idade
do ferro; o estopim dessa contraposição foi quando Charles Darwin afirmou que “as
espécies não são constantes, mas as que pertencema um mesmo gênero provêm, em
linha direta, de outras, em geral já extintas, assim como as variedades
reconhecidas de uma determinada espécie provêm desta espécie”.
A partir deste momento se entende que o
homem também fazia parte do reino animal, assim Darwin quis contradizer- negar
toda a teoria do cristianismo e passar a crê no evolucionismo. Para reforçar
ainda mais sua teoria Darwin publicou mais duas obras, a origem do homem e a
seleção sexual, gerando o impacto ainda maior com a religião e também com a sociedade
que não admitia sua concepção em relação ao surgimento do mundo, entretanto não
deixou de ter reflexos já que através disso podemos notar que a interpretação
da igreja passou a ser diferentes, em alguns casos, alguns cristões passaram a
acreditar que o relato da bíblia não passava de uma metáfora, ou seja, que na
realidade o surgimento do mundo não teria acontecido exatamente do mesmo jeito que
se retrata na bíblia.
Com o nascimento do evolucionismo, percebemos
que existia um tempo mais remoto, distante de nos e que não conhecíamos,
segundo Furani:
“Em
1856, no vale do rio Neander, perto de Dusseldorf, na Alemanha, encontrou-se a
calota craniana de um homem primitivo que ficou conhecido como o ‘homem de
Neandertal’. Em 1865, surgiram os termos paleolítico (idade da pedra antiga) e
neolítico (idade da pedra recente). abriram-se, assim as portas para o estudo
da pré-história definida como todo o imenso período anterior a invenção da
escrita”. FURANE, pag
A História só veio surgi como ciência
voltada ao estudo do passado aproximadamente no século XIX, e a maneira em que
se contava essa Historia era através de documentos escritos, que tivessem sua
veracidade. Podemos ter a percepção de que a escrita e a Historia surgiram ao
mesmo tempo, mas essa não é uma verdade absoluta, a escrita não surgi em todos
os lugares do mundo ao mesmo tempo, cada território passou a ter o nascimento
da escrita em momentos diferentes e o momento anterior a isso foi denominado
proto-história (primeiro momento em que se usava a escrita). Segundo Furani:
“Foi no século XIX que
surgiu o conceito de historia como ciência voltada para o estudo do passado a
partir dos documentos escritos, convencionou que a invenção da escrita seria o
inicio da história. Em diferentes regiões do planeta, a escrita começou a ser
usada em diferentes momentos, pelo que a História começaria há 5 mil anos no
Egito e na Mesopotâmia e há 3 mil na
Grécia”
O período que veio antes da escrita
passou a ser chamado de pré-história, vale salientar que no continente
americano esse termo indica o período antes da chegada de Cabral ao Brasil,
apesar de existi indicio de escrita dos povos nativos como incas, tupis, todos
com a sua própria peculiaridade. Gera-se uma teia de contraste já que se sabe que
quando Cabral chegou ao Brasil em1492 a escrita existia, mesmo assim esse
período anterior é classificado como pré-história. Por que essa denominação
haverá de ser dada? Os europeus ao chegarem ao território americano se
depararam como uma cultura totalmente diferente, as pessoas andavam nuas, não
tinham “armas”. Para eles tudo isso era considerado atraso, pré-histórico.
“Nada” era valido, tanto que passaram a impor sua cultura, aos ameríndios, na
concepção dos europeus o nativo não poderia não querer andar vestido, não
poderia não querer ser catequizado, ou seja, não tinham o direito de ser
diferentes e era definido pelo que não tinham.
Se pegarmos um conceito e jogarmos ele
em um lugar, esse conceito vai se mover de forma magica, se pegarmos na Europa
a concepção de pré-história ela surgiu antes da escrita, e se pegarmos a
concepção para a América é o fato da chegada de Pedro Alvares Cabral, e é justamente o contexto do lugar que causara
essa “metamorfose”. A história sempre girou em torno da Europa, os melhores
filósofos, os melhores intelectuais, podes se dizer que acreditavam que eram o
berço da humanidade! O estudo dos povos ameríndios só veio surgi mais tarde
através da antropologia.
Por esses fatores que temos que ter uma visão
mais ampla em relação ao termo pré-história, não podemos de certa forma aceitar
sem uma analise critica, pode considerar que a forma como a definimos é
incoerente. Também viria a ser incoerente se afirmássemos que esta voltada ao
estudo dos primeiros povos, já que hodiernamente, inclusive no Brasil ainda
existem povos que vivem como se estivessem na pré-história.
A arqueologia e a pré-história
Quando o historiador vai falar de pré
historia é de crucial importância levantar a questão de que o trabalho do
arqueólogo é fundamental nesse processo, o estudo do mundo material, que nos da
à visão e o entendimento de como eram e de como viviam esses povos, através de
prospecções, escavações e analise de objetos. Os arqueólogos acham diversos
tipos de material, mas normalmente o que tem melhor estado de conservação é o
material lítico, ferramenta esta que pode nos mostrar muito sobre o passado,
conhecimentos relacionados à agricultura, caça, pesca a tecnologia da época. Já
as esculturas encontradas podem nos mostrar os animais que viviam, suas
características como o formato do corpo, e principalmente da a entender que
esses animais viveram na mesma época com os homens, além do material lítico
outro que se conserva muito bem é a cerâmica normalmente feita de barro cozido,
porém a cerâmica é muito mais nova em relação ao uso das pedras tendo
aproximadamente 13 mil AP. acreditasse que é o material mais antigo fabricado
pelo homem, logo após o surgimento da agricultura, a parti deste momento o
homem percebeu que precisava de algo para armazenar água, frutos e outros
alimentos. No Brasil, a cerâmica tem seus
primórdios na Ilha de Marajó. A cerâmica marajoara aponta à avançada cultura
indígena que floresceu na ilha. Estudos arqueológicos, contudo, indicam a presença
de uma cerâmica mais simples, que indica ter sido criada na região amazônica
por volta de 5 mil anos atrás.
Outra
evidencia material são as pinturas rupestres é interessante se pensar que, eles
poderiam já ter a preocupação em registrar suas vidas através de pinturas em
paredes, as pinturas que existem na serra da capivara são tão Incríveis, nelas
podemos perceber que existia um movimento comunitário muito intenso “maioria
retrata exatamente como viviam (hábitos, costumes, situações cotidianas, crenças,
ritos, etc.) e a natureza ao seu redor (elementos da flora e, principalmente da
fauna da época).” Através disso podemos perceber que os indivíduos da época
eram sociais alegres, e amantes da natureza.
Em
1992, escavações realizadas por Niède Guidon no sitio Bouqueirão da Pedra
Furada, No Piauí, mostrou a data mais antiga encontrada pela arqueologia
brasileira 48 000 anos e essa datação não é a única no sítio Lapa Vermelha em
Minas Gerais e no sítio Santa Eliana existe datas que recuaram até 25 000 anos, provavelmente viveram no Brasil em um período
em que a vegetação era mais baixa, pouco se sabe sobre esses povos, só se
encontra alguns restos de ocupação como tênues manchas de fogueiras e
fragmentos de pedras pouco lascados, mas isso contrapôs a teoria da chegada dos
homens nas Américas, que se imaginava que tivesse acontecido com a ultima
grande glaciação terrestre, acreditavas se que o ser humano havia chegado aqui
através de uma ponte de gelo no Estreito de Behring, o que de fato ocorreu, mas
não foi esse acontecimento que marcou o inicio da ocupação humana nas Américas,
e isto inquieta os cientistas, que ficam se perguntando quais foram os
primeiros habitantes que chegaram ao Brasil?!
Um
método utilizado para a analise de fosseis é a datação em carbono 14. O carbono
14 é formado aparte da colisão entre raios cósmicos e o nitrogênio 14,
encontrado na atmosfera, formando o 14CO2, quanto mais o tempo passa, menos
carbono 14 o fóssil tem, podemos ter uma data mais exata se o fóssil tiver
menos de 5730 anos. O tempo de meia vida do carbono 14 (14C) é de 5730 anos.
Isto significa que se um organismo morreu há 5730 anos terá a metade do
conteúdo de 14C. O tempo de meia vida de um elemento radioisótopo é o tempo
necessário para que se desintegre a metade de sua massa, que pode ocorrer em
segundos ou em bilhões de anos, dependendo do grau de intensidade do
radioisótopo. Ou seja, se tivermos 200 g de massa de um elemento radioativo,
cujo tempo de meia vida é de 10 anos, após esses 10 anos o elemento terá 100 g
de massa. Assim sendo, a idade radiocarbono da amostra fóssil pode ser obtida
comparando a radioatividade específica 14C/12C desta amostra. Nesse caso,
quanto menor é a quantidade de carbono 14 encontrada na amostra mais antiga ela
é.
Luzia a primeira
brasileira
Ao lado esquerdo crânio de
Luzia exposto no Museu Nacional da Quinta, no Rio de Janeiro, ao lado direito
reconstituição da face com material sintético feito na Universidade de
Manchester, na Inglaterra. Ao analisarmos sua reconstituição da face com material sintético feito na Universidade de
Manchester, na Inglaterra. Ao analisarmos sua reconstituição podemos perceber
que sua fisionomia era negróides, nariz largo, olhos arredondados, queixos
proeminentes, crânio estreito e longo, face estreita e curta, ou seja, uma morfologia paleoamericana, mais similar aos australianos e africanos
atuais. Os lábios e as orelhas foram imaginados como o tipo de negros
atuais. Luzia era mulher e media 1,50 metros de alturas, morreu com 20 e poucos
anos, era nômade consequentemente não praticava a agricultura e se alimentava
de frutos, folhagens em algumas ocasiões carnes podemos afirmar isso por uma
analise da dentição dos fosseis em que indicava que os homens de Lagoa Santa
tinham 10% de caries O grupo de Luzia tinha Caries por que se alimentavam mais
de Vegetais do que de Carne. Viviam com um grupo de aproximadamente 11 pessoas
e possivelmente morta por um acidente ou ataque de animal. O grupo de Luzia
hoje é conhecido como “Homens de Lagoa Santa” e localizavam-se onde atualmente
é o município de Belo Horizonte. Foi desenterrada em Minas Gerais no ano de
1975, sendo o mais antigo fóssil humano achado ate os dias atuais nas Américas.
Os primeiros ossos foram encontrados por um naturalista dinamarquês Peter
wilhelm Lund, mas foi com as pesquisas de Walter Neves que se descobriu o
tesouro que aquela caverna escondia, pois esperavam encontrar fosseis que
tivessem características dos ancestrais dos índios os mongolóides, mas tiveram
uma surpresa ao encontrar crânios antigos de negróides.
Para reconstituir o rosto
de Luzia alguns pesquisadores ingleses vinheram ao Brasil e realizaram
tomografias no crânio de Luzia e levaram para Londres o resultado os exames
foram reprocessados em um computador na Univesity College London, resultando em
uma imagem tridimensional de como seria Luzia, o modelo foi então levado a um
especialista em reconstituição facial da universidade de Manchester, Richard
Neave que afirmou em uma entrevista a Revista veja “foram dois métodos
diferentes que o levaram a um mesmo resultado”. Em um sitio arqueólogo à 60 quilômetros
foi achado outros esqueletos semelhantes a Luzia. Provavelmente esses
ancestrais morreram ao enfrentar os mongolóides os ancestrais indiginas
O Brasil que Luzia vivia
não era igual ao que vivemos hoje a temperatura era 5ºC mais fria. Já faziam
pinturas rupestres No Brasil existiam animais gigantes, e a fauna era bastante
exótica. No final do período pleistoceno passou por uma variação climática que
aumentou o nível dos oceanos e gerou aquecimento, ainda não existia a floresta
amazônica e próximo aos rios existia arvores de aproximadamente um 6 metros de
altura.
Referencia
bibliográficas
http://www.anfacer.org.br/principal.aspx?tela=ucTelaConteudos&idMenu=92
Martin, G. - Pré-História do Nordeste do Brasil, UFPE, 1996.
Pessis, A.M. - Pré-História da região do Parque Nacional Serra da Capivara. in:
M.C.Tenório, Pré-História da terra Brasilis, Editora UFRJ, :61-74, 1999.
Prous, A. - Arqueologia Brasileira. Editora UnB, 1991.
http://veja.abril.com.br/2http://fotolog.terra.com.br/landeira:10850899/p_080.html
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