Na
modernidade Foucault identificou toda uma microfísica do poder através de uma
analise sobre como o mesmo funciona ele percebeu que o poder não tem apenas lugar
central. Com isso o individuo não pode detê-lo ou pô-lo em suas mãos, pois ele
não é inerte, vive em constante movimento. Sendo praticado em toda relação em
que existe mais de uma pessoa, uma relação de poder. E este poder não é apenas
negativo ele traz uma carga de positividade porque o poder produz efeitos de
verdade, entre outras realidades. Com isso como tudo para Foucault o poder
também não pode ser generalizado como algo apenas negativo.Lugares
como escola, fábrica, exército, hospitais, prisões, (instituições de sequestro)
tinham um poder especifico, o poder disciplinar. Este vai se diferir dos
poderes clássicos: O poder pastoral que é vertical, partindo de uma
reciprocidade entre pastor e ovelhas, pois um depende do outro, porém o pastor
deve estar sempre disposto a se sacrificar pelo seu rebanho; O poder de
soberania esse pertence ao campo politico e ao contrario do poder pastoral este
não é salvacionista e sacrifical, neste não existe lugar para piedade.O
controle do tempo é
uma das características importante na disciplina, pois em um ambiente
disciplinar o tempo é marcado para realizar as tarefas. Por exemplo, na escola
vemos que existe horário para tudo, hora para entrar, de fazer tarefas, de
comer, de ir embora. Com o decorrer do processo o individuo vai se acostumando
a realizar os deveres no tempo determinado automaticamente. Como também o
exercito, onde todos os soldados são enfileirados e treinados a marchar da
forma que todos comecem com o pé direito e que a duração de um passo a outro
passo dure 1 segundo, sem falar na desenvoltura postural adequada para que
facilite realizar as tarefas no tempo, pois ele – o tempo – não pode ser
desperdiçado porque no espaço as atividades devem se entregar umas a outras de
maneira que no final obtenha-se um resultado satisfatório, e esse seja um
“tempo evolutivo”.
A
disciplina controla o espaço, distribuindo as pessoas de maneira que possa
facilitar o controle e constrói a estrutura de maneira que facilite a
vigilância, por exemplo, quando vamos analisar a escola em seu completo
percebemos que sua predominância é a questão disciplinar.Na
escola deve-se sempre manter a disciplina é através dela que a engrenagem da
educação funciona. Nesse sistema tanto o professor quanto os alunos são
vigiados. No espaço escolar tudo é colocado e construído de forma que facilite
a vigilância e através desse processo os corpos são coagidos, se não fizeram as
tarefas passadas na sala de aula ou se não respeitarem as normas, a vigilância
(diretores, vice-diretores, supervisores, professores, alunos) vão
repreendê-los e vão os punir, assim vão se docilizando, até chegarem ao ápice
desejado.Para Foucault a
vigilância acontece através do olhar, da visibilidade, todos vigiam a si mesmo
e aos outros constantemente, cada olhar vira um panóptico, as pessoas sabem que
estão sendo vigiadas, mas não sabem quando estão sendo. Atualmente, um dos
meios de vigiar seriam as câmeras. Diversas escolas as utilizam para serem seus
olhos e ouvidos quando os professores, supervisores, diretores, estão ausentes.
Pois, as câmeras intimidam o comportamento considerado pela instituição
indevido, não sendo assim necessário recorrer à força física ou a fechaduras,
pois a destruição de algum objeto da escola na teoria não aconteceria graças ao
campo de visibilidade que a câmera iria proporcionar, pois como afirma Foucault
em seu livro vigiar e punir “Quem
esta submetido a um campo de visibilidade, e sabe disso, retoma por sua conta
as limitações do poder”.Todo o
comportamento contrário àqueles que regem as regras da escola, será passível de
punição, seja ela uma “privação ligeira” ou humilhação. O castigo seria uma
forma de exercitar o aluno adestrando-o a ter um bom comportamento. Produzindo
nele um sentimento de que é melhor a recompensa do comportamento correto do que
a punição. Sendo assim a escola não se difere de instituições como as prisões,
pois é símil em suas estruturas, sua forma de disciplinar, em sua organização
hierárquica e em sua vigilância constante.Essas
instituições disciplinares “sequestram” o corpo, o retirando para ser
disciplinada por um longo tempo. Essa disciplina passaria a docilizar os
corpos, este não seria submisso, mas sim flexíveis, adaptáveis por que vale
lembrar que falar em corpos dóceis não significa falar em corpos obedientes. E
Assim formar um individuo moderno que está sujeito ao seu tempo, surgindo como
alvo de poder, quando antes poucos tinham essa visibilidade. O homem emergiu
como produção de poder e objeto de saber.Diferente do
poder disciplina que interfere na vida do individuo de forma mais particular
foi identificado por Foucault o bio poder que tratava mais da visão do
individuo não mais de forma particular, mas como um conjunto, Isto é, os
fenômenos coletivos que são fundamentais para a sobrevivência humana, Porém
isso não significa que o poder disciplinar será anulado, mas sim que ambos
estão sendo efetivados juntos.Concluindo
que o
corpo passa por um processo de domesticação sofrendo influência de todos os
poderes que os cercam, ele é manipulado, modelado e treinado. Através dessa
afirmação podemos perceber que o lugar que um sujeito ocupa pode influenciar
suas atitudes a algo ou pode o limitar e até mesmo o proibir em relação a sua
fala e as suas atitudes.
REFERÊNCIAVEIGA-NETO,
Alfredo. Foucault e a educação. 2 ed. Belo Horizonte: Autentica, 2007.FOUCAULT,
Michel. Microfisica do poder. Tradução: Roberto Machado. Rio de Janeiro:
Edições Graal, 1979.FOUCAULT,
Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel
Ramalhete. 38 ed. Petrópolis, Rj: Vozes, 2010.HUNT, Lynn. A
nova história cultural. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
PIAGET E PERRENOAUD: CONTRIBUIÇÕES PARA PENSAR O ENSINO DE HISTÓRIA¹
1. INTRODUÇÃO
Jean
Piaget nasceu em 1896 na Suíça, era formado em biologia na Universidade de Neuchâtel.
Ele nunca se formou em pedagogia, porém criou várias teorias em relação à
educação infantil, através da observação de seus 3 filhos. Foi diretor do
Instituto Jean Jacques Rousseau. Morreu em 1980, de causas não exatas, em
Genebra.
Phillipe Perrenoud também é suíço, é
formado em sociologia e antropologia. Ele trabalha com os componentes
curriculares pratica e currículo. É um dos autores mais lidos do Brasil. Atua
na Universidade Genebra e na Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação.
Este trabalho refletirá sobre ambos:
Piaget e Perrenoud. Buscando identificar as semelhanças, que seria o pensamento
reflexivo. Buscando compreender, trazem em seu discurso à formação, adolescente
e jovem, e as armas que podem ser utilizadas pelos professores para tornar o
máximo possível o aprendizado proveitoso.
Articulando esses saberes ao
questionamento: Como os professores de História podem utilizar essas teorias na
sala de aula? Elas são eficazes? Através delas que produtos podem ser gerados?
2. PERRENOAUD E PIAGET: AÇÕES REFLEXIVAS DO
PROFESSOR
Perrenoud defende que o professor deve
refletir sobre as ações que realiza. Será essa uma reflexão na ação, reflexão
distante a ação e reflexão sobre a ação. A primeira se refere a quando o
professor se questiona enquanto age, para que possa perceber que rumo à
situação está tomando, se seus métodos estão funcionando ou não. Se um
professor reflete durante o calor da ação ele poderá escolher se algo será
feito ou não, com isso mudará a ordem das coisas. Na segunda a reflexão vai
servir para analisar os resultados de uma ação após sua execução, nesta o
professor verá o que foi valido e aceito por sua turma e enxergar seus erros
para que estes não se repitam afim de que se possam criar novas possibilidades
de aprendizado. Na reflexão sobre a ação o professor deve se afastar e tentar
refazer em sua mente o raciocínio que formulou durante sua ação e assim
verificar o que pode ser melhorado e seus pontos de vulnerabilidade, enfim
perceber o que deve ser melhorado.
Através da reflexão sobre o sistema de
ação o professor poderá perceber os acontecimentos que mais se reproduzem de
forma negativa, e por isso bolar um esquema que o propicie combater estas
atitudes.
Apesar de todos os planos e toda
reflexão o professor nunca estará livre de errar. A vida não é o enredo de uma
peça, milimetricamente planejado, a vida é cheia de estradas, e cada uma delas
leva a um lugar diferente. Deparamo-nos com situações inesperadas, uma questão
interessante que é abordada, uma desordem da turma, um aluno que ínsita
tumulto. Essas atitudes levam o professor a trocar de caminho.
Os professores reflexivos são de suma
importância para evitar diversas catástrofes, por exemplo, professores mal
preparados para a docência, pois este ficará sem reação em ambiente hostil, alias
quanto menos problemático for o ambiente de ensino de um professor, menos ele
exercerá sua capacidade de refletir diante das situações.
Na Teoria da Genética, Piaget, aborda que só é possível as pessoas
transformarem conhecimento em aprendizagem se praticar o esquema, este seria a
estruturação do pensamento, isto é, a epigênese "o conhecimento não
procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata
pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações
constantes de estruturas novas" (Piaget, 1976).
O conhecimento resultará das interações dos sujeitos com o meio em que vive,
da observância de si mesmo, da autocorreção, da racionalização dos seus
pensamentos, ou seja, sem a reflexão a relação com o meio é ineficaz. O
processo de transformar conteúdo em conhecimento é um processo lento, feito muitas
vezes de vários erros e poucos acertos.
Piaget acredita que o professor deve produzir, pensar, refletir sobre
todos os seus passos, todos os seus métodos pedagógicos, para através desses
poder melhorar a reflexão com o passar do tempo, tornando-se uma tarefa fácil
de ser realizada.
O valor do professor de história se fará através de uma reflexão, pois
sem ela, ele se tornará apenas uma pessoa que se disponibiliza a dar aula para
uma turma, será aquele que não contribui significantemente para a formação de
um individuo critico. Por exemplo, um professor decide trabalhar o teatro como
forma de ensinar, e durante ou no fim percebe que pouca coisa de positivo foi
acrescentada aos seus alunos. Se esse for um profissional reflexivo, ele saberá
que essa decisão tomada foi um erro que não poderá ser repetido, caso contrario
ele tentara novamente implantar em seus alunos o mesmo método. Com isso podemos
notar que aquele professor que sabe interpretar o seu meio e dele tirar lição
estará trazendo evolução para sala de aula.
A reflexão trará a oportunidade de mudanças positivas não tão somente
para os alunos, mas também para o professor que estará indo para outro patamar,
transformando-se naquele que poderá plantar, talvez, a primeira semente de
interrogação, de questionamento do símil, e de aceitação do diferente. Será
este um novo olhar disponibilizado aos alunos. Desta forma estará utilizando o
pensamento de ambos os pensadores, para aperfeiçoamento do ensino de História.
Se tornando uma forma bem melhor trabalhada de fazer com que o professor
produza conhecimento com mais facilidade.
3. CONCLUSÃO
De acordo com as discursões abordadas podemos entender que os
pensamentos de Piaget e Perrenoud acerca da reflexão são semelhantes. Os dois
abordam que é preciso que o professor deva refletir sobre os seus atos para que
haja melhoras em suas praticas pedagógicas
Um professor reflexivo torna seus alunos aptos a refletir. Um professor
que toma suas atitudes por impulso influenciará seus alunos a tomarem atitudes
no calor da emoção. Por que o aprendizado não se dá somente pelo conteúdo
imposto pelos livros e pelo professor, mas também pala maneira com que ele se
posiciona diante das situações. O professor, de grosso modo, é um exemplo, às
vezes um ídolo para seus alunos dependendo de seu lugar, de seu discurso, seu
comportamento.
A disciplina história pertence a um lugar de critica, como ensinar
história se o professor não tem capacidade de criticar a si mesmo. Como poderá
refletir sobre os contextos históricos, se não consegue refletir sobre si
mesmo.
Diante disso podemos concluir que as teorias Piaget e Perrenoud trazem
bastante contribuição para o ensino/aprendizagem, tanto do aluno quanto do
professor formando pessoas prontas para não aceitarem os discursos de forma
passiva, e de não aceitarem chegar a uma perfeição, cientes de que sempre a
algo a melhorar.
REFERÊNCIA
PERRENOUD,
Perrenoud. A Prática Reflexiva no Ofício
de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica; trad. Claúdia Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2002. (p. 29-70).
PIAGET, Jean 1896. Fazer e compreender; trad. Christina Larroudé de Paula Leite. São
Paulo: Melhoramentos, 1978.
ucsnews.ucs.br/ccha/deps/cbvalent/teorias014/restrito/.../piaget3.html. Acesso: 01/12/2012 as
16:30
http://www.unige.ch/fapse/life/livres/alpha/P/Perrenoud_2004_A.html. Acesso: 01/12/2012 as 16: 40
O CORPO DO REI
VIGARELLO, Georges. O corpo do rei. In: História do corpo. Tradução de Lúcia M. E. Orth; 2. Ed. Petrópolis;
Rio de janeiro; Vozes, 2008. 504-534 p.
George Vigarello
trás em seu texto o corpo do rei a
resposta sobre a indagação de como era visto e compreendido o corpo, e como era
entendida a sua importância, possibilitando pensar o papel do corpo no novo
tempo. O corpo do rei.
Graças ao lugar
do rei, seu corpo obtinha visibilidade, está trazia consigo a exaltação de suas
características físicas, espiritual, sobrenatural e de sangue. Seu corpo, sua
pele, seu rosto, seus olhos, tudo era belo, másculo. Seu porte, sua voz poderia
ser comparadas a Deus, inclusive as suas habilidades físicas, pois parecia ter resistências
corporais e poderes que beiravam o sobrenatural ao ponto de acreditar que
acidentes que machucavam um homem normal o matinha ileso e de um simples toque
do rei poderia curar uma pessoa.
O corpo do rei
fazia parte de um organismo, neste ele era a cabeça e seus membros seriam todos
os seus súditos, aqueles que a ele deviam toda e total submissão. Esse corpo
estava ligado diretamente com o poder do estado.
O rei possuía
dois símbolos de corpo, o místico, e o natural. Apesar de todas as superstições
que cercavam o rei e lhe dava este status de poder, sabemos que ele era um
homem comum, que poderia amar, pecar, morrer. Esta era o seu corpo natural, o
corpo falível. Porém um homem que morre prejudicaria a ideia de estabilidade do
governo, por isso existia o corpo místico, este trazia a ideia de que o rei era
livre de cair em qualquer erro que um homem comum cairia, ele não erra,
desprovido de passado, de infância, esse nunca morrerá. A eternidade era o seu
ponto forte.
Não podemos
comparar o duplo corpo do rei com o de Jesus Cristo, pois apesar de ter sido
provavelmente pensada através dele, o corpo natural vai se divergir, pois o
corpo de cristo era verdadeiro e os corpos natural e místico do rei vivem junto
todos os momentos, em uma só pessoa.
O duplo corpo do
rei se divergia por região, na Inglaterra era uma linguagem jurídica, já na
França era mais visual. Outra diferença era a questão do sangue que na França
era bastante forte, o medo do adultério estava sempre presente, e caso houvesse
uma suspeita da linhagem dos herdeiros eles eram desqualificados. Na Inglaterra
não, o sangue seria apenas mais uma das características que compunham as de um
rei. O corpo místico também vai se divergir entre esses dois estados, na
Inglaterra esse corpo vai simbolizar o campo politico, na França o divino.
Contudo, esses
dois corpos vão mudar com o absolutismo, nesse momento ocorre uma união entre o
corpo natural e o corpo místico, o rei se aproxima do divino, ele poderia tocar
em doentes e esses doentes eram curados, isto é, o poder do rei era símil ao de
Deus.
Quando o rei
morria, não mais o seu sucessor precisava esperar o seu funeral, agora quando
fosse dado ultimo suspiro o outro já podia assumir.
CASAMENTO: UM NEGÓCIO PARA A VIDA TODA
“Ah! O
amor... esse milagre de encantamento, espécie de suntuoso presente que
atravessa os séculos (...). Feitos de encontros inesperados ou de acasos
favoráveis ele é como um choque violento que eletriza cega e encanta. Deixa-nos
perdidos (...) provoca desejos ou paixão que se manifesta na impaciência dos
olhos, do coração, de todo corpo.” (DEL PRIORE, 2004, 12).
: O casamento na Terra de Santa Cruz
durante o período de XVI e XVII, por determinação da igreja católica era
considerado na teoria indissolúvel e imune ao adultério. O amor não fazia parte
dos critérios exigidos para a realização do casamento. Alias quem se casava por
escolha era tido como um tolo, que mais sedo ou mais tarde iria se arrepender.
Antes de se tornar um sacramento era
apenas realizado como contrato para apenas aumentar a riqueza da família e não
permitir a dispersão das terras. A escolha dos noivos vinha dos familiares,
principalmente dos pais dos noivos chegando aos prometer desde a infância. As
superstições em relação ao casamento e aos noivos era frequente. Deferente da
mentalidade de hoje o Santo para qual se clamava o pedido pelo casamento era
São João e não Santo Antônio.
A igreja por sua vez tentava sempre
modular as pessoas, as mulheres mais do que os homens, por que as mulheres eram
consideradas mais vulneráveis a provocar o mal, estavam mais perto do demônio
que o homem. E o homem mais perto do bem, por isso a mulher ocupava um lugar na
estrutura da sociedade inferior ao homem e a eles deviam a obediência.
A mulher tinha que possuir características
comportamentais para um bom crescimento familiar e para felicidade do seu
marido, ela deveria ser “virtuosa, honesta, honrada, discreta”, paciente,
porque beleza passa e muitas vezes atrapalha o casamento, mas as
características citadas fertilizam o lar. Por isso elas não tinham
alternativas, de acordo com a igreja, a mulher deve respeitar seu marido em
tudo e o servi sempre que ele quiser sendo sempre uma mulher exemplar. A imagem
de uma esposa dominadora era abominável e todas que assim fosse estará indo de
encontro com a ordem natural.
A esposa seria a geradora da descendência de
seu marido e a ela seu marido não demonstrava amor, e não praticava sexo por
prazer, nas mentes mais conservadoras. Tanto o homem, quanto a mulher só
transavam com prazer, na maioria das vezes, com os amantes. O excesso de afeto,
amor e prazer era condenado pela igreja, pois todo excesso corrompem os bons
costumes e afastam o homem de Deus. No sexo o homem deveria sempre ocupava o
lugar ativo e a mulher o passivo, porque o homem era considerado superior e a
passividade o inferiorizava.
O ideal era que a mulher se casasse
virgem, pois o sexo era um mal, mas após o casamento era “menos mal”. Com isso
o sexo após o casamento era um forma de Deus de não permitir que o homem não
caísse na luxuria, no pecado de Satã.
Existiam dias em que o sexo era proibido
pela igreja, por exemplo, no tempo de jejum, na quarentena após o parto,
durante a gravides e a amamentação. Também era proibida qualquer forma de
evitar gravides e posições sexuais que depositassem o sêmen em lugar indevido
como o sexo anal.
Contudo, podemos perceber que a vida no
Brasil na colônia em relação a sexualidade era cercada por regras de condutas
que deveriam ser seguidas em nome da moral e dos bons costumes. A igreja
espalhava suas concepções e a sociedade utilizava, usando o olhar para vigiar o
outro e tentar manter tudo em ordem.
O AMOR E O CASAMENTO NO BRASIL COLÔNIA
O
Brasil no período colônia impõe a sociedade uma vida cujo sistema que há rege é
patriarcal, isto é, um sistema em que o homem ocupa um lugar de prestígio e uma
importância especialmente perante a igreja, já que ela é a maior dizimadora
dessa mentalidade que prende a mulher em uma rede invisível de regras e de máscaras
de inferioridade, onde o homem domina e suas vontades devem ser respeitadas e
realizadas. Restando a mulher apenas vestir-se de submissão, reverência,
obediência, e fidelidade eterna. Sua vida seria a partir do casamento a vida de
seu marido.
Sabemos
que o ser humano trás em si a sexualidade, para que está não seja vista como
pecado deve-se purificá-la através do casamento. Com ele o sexo deixaria de ser
pecado e passaria a ser visto com naturalidade, pois, a perpetuação da espécie
era necessária aos olhos dos homens e de Deus.
Segundo
Mary Del Priore a historiadora Alzira Campos através de analises sobre o amor
em São Paulo no século XVIII denominou dois tipos de amor, “o amor no
casamento” e o “amor-paixão”. O primeiro retrata o amor puro, sem pecado,
abençoado pela cerimônia matrimonial católica e o segundo trás o amor que
simboliza o pecado, seria aquele que beirava as trevas e era passível de
punição.
Era
aconselhável que o casamento acontecesse sempre entre pessoas que possuíssem as
mesmas semelhanças, de faixa etária, classe social, caráter moral e condições
físicas. Isso, para que as diferenças não atrapalhassem a convivência entre os cônjuges.
Em um relacionamento era necessário que a mulher fosse sempre uma esposa
impecável, a felicidade do lar dependia exclusivamente dela.
De
acordo com a Igreja, as pessoas podiam se casar a partir dos 14 anos para os
homens e 12 anos para as mulheres, porém nem sempre se respeitava essa idade
determinada, alguns se casavam antes ou depois desta idade estipulada. E quanto
mais velho uma pessoa ficava mais se dificultava a possibilidade de casar-se,
especialmente se tratando do gênero feminino.
Entre
os mais ricos o casamento era uma necessidade de conservação de riquezas, nessa
situação a união matrimonial significava a homogeneização dos bens materiais de
ambas as famílias. Se tornando uma exceção o casamento por amor. Até porque quem
possuía mais liberdade para escolher o seu conjugue era aqueles que não
possuíam riquezas, muitas vezes esses, apesar de tantas regras em nome da moral
e dos bons costumes não chegavam a respeitar o sacramento da Igreja, recorrendo
à união sem a bênção divina.
O
casamento era um ato que depois de realizado não se tinha mais como voltar
atrás, portanto era preciso ter bastante cautela em relação à escolha dos
parceiros. Casar-se por amor era considerado uma idiotice, na escolha não
deveria pesar esse sentimento, pois o resultado seria um futuro de frustações e
descontentamentos. O que deveria ser levado em consideração era a razão, pois
essa resultaria em um futuro próspero.
Os
pré-requisitos para a escolha da esposa ideal não consistia em aparência física
ou boas possibilidades financeiras, mas sim em uma mulher respeitosa, que
estava disposta a aceitar e satisfazer as vontades de seu marido, virtuosa,
fértil, honrada, fiel e discreta. Um homem que tivesse a sorte de encontrar uma
mulher com essas características garantia paz e felicidade para o seu futuro e
ela seria a sua maior riqueza. Contudo era aconselhável pelos manuais de
casamento que o homem não deveria mostrar tanto amor e desejo por sua mulher
pois, o amor paixão era um obstáculo nas relações conjugais, porque a mulher
poderia levar ao fundo poço. Nenhuma mulher era confiável devido a sua
aproximação e/ou facilidade de praticar o mal podendo dominar o homem por ser
considerada sinônimo de luxuria, mentira e falsidade.
A
mulher dominadora era abominável em todas as situações aos olhos da sociedade.
Por exemplo, em uma relação sexual era disseminada a mentalidade de que as
mulheres deveriam ocupar a passividade enquanto ao homem preservava-se a sua
plena atividade, ou seja, a mulher nunca poderia estar sob o homem durante o
sexo. Com isso o prazer era reservado exclusivamente ao homem e a mulher
restava apenas cultivar a sua virtude.
Diante
do contexto abordado por Mary Del Priore podemos perceber que o casamento na
colônia Brasil estava sujeito a varias relações de poder e intencionalidades.
Na qual a igreja era a principal produtora de discursos que articulavam o
comportamento da sociedade resultando em regras de conduta que deveriam ser
aplicadas e seguidas, por exemplo, o sexo apenas após o casamento com finalidade
procriava. Desta forma o período colonial desfalece a ideia de casamento por
amor, a fim de enfatizar os interesses econômicos dos grandes detentores de
riqueza.
O DESCONFORTO DA COLONIZAÇÃO
A
colonização do Brasil colônia não se restringiu a conquista do litoral e dos
nativos que habitavam naquele território, pelo contrário, a conquista também se
estendeu pelo interior, adentrando no desconfortável sertão, cercados de
excessos e escassez, muito calor, muitos insetos, muitos animais ferozes ao
lado de pouca água, segurança, comida, roupas e dentre outros que serão
abordados brevemente.
Segundo
Mary Del Priore, a maior parte da história da colonização ocorreu longe das
instituições como a igreja e os conventos, até porque estes geralmente eram
constituídos próximos ao litoral e não no interior da colônia, e depois de
conquistado o litoral, restava-se a esses colonizadores desbravar o vasto
território que se encontrava no interior, conhecer suas fronteiras e suas
respectivas riquezas.
A
missão de desbravar o nordeste iniciou-se em meio as mais diversas dificuldades
que se possa pensar, logo, adentrar no sertão não era tarefa fácil, esta exigia
certas adaptações e miscigenações de hábitos, expondo-se aos mais diversos
perigos, muitos deles até desconhecidos, ficando estes sertanistas vivendo
praticamente isolados, unidos em grupos, totalmente afastados da costa e das
influências europeias, todos à mercê da natureza selvagem.
Para
enfrentar o ritmo de vida sertanejo foi preciso fazer alterações, adaptações,
unindo o modo de vida indígena ao europeu. A privacidade tornou-se algo
praticamente impossível nas condições pelas quais estes desbravadores do sertão
se encontravam, o isolamento significava perigo duplicado, a vida em grupo
garantia o bem estar de todos.
Os
bandeirantes estão entre os principais grupos de desbravadores do sertão e
entre os mais conhecidos, estes se submeteram às inúmeras adaptações, assim
como andar descalço, e a pé, logo o transporte a cavalo tornava-se quase
impossível, pelo fato da vegetação rasteira, típico do nordeste não ser apta ao
seu uso, além disso, a falta de mantimentos ao longo da viagem os fez encontrar
na natureza fontes alimentícias que podiam ser encontrados na própria vegetação
como frutas e animais, até cobras faziam parte do cardápio dos bandeirantes e
de outros grupos que também tiveram no nordeste.
As
mudanças dos bandeirantes resultaram não só em sofrimento, mas também em conhecimento,
o poder das observações lhe rendeu um vasto conhecimento topográfico, capaz de
identificar sinais de água ou de alimentos próximos à região em que se
encontravam.
Além
da caça e da coleta, estes grupos desenvolveram a atividade agrícola por onde
encontravam boas condições climáticas e áreas propícias ao cultivo, para quando
voltassem colhessem ou então outro grupo de sertanistas usufruísse, percebendo
aqui uma preocupação coletiva e não apenas individual, logo, percebe-se que
durante o período colonial a vida era constituída por ajuda mútua e não
individualista.
Foi
na natureza que o homem encontrou soluções para proteger-se da mesma, ou seja,
contra chuva, mosquitos, animais ferozes, este foi o caso do “mosquiteiro”,
isto é, um tipo de cobertura constituído de aninhagens por cima de uma corda
que ficava nos mesmos paus em que estavam presas as redes.
No meio natural foi possível encontrar animais
que serviam de relógio orientando esses aventureiros no decorrer do dia, este
foi o caso das aves ANHUPOCAS, assim como foi possível encontrar plantas
medicinais que atuaram na cura de doenças que se desenvolvessem ao longo da
expedição. Porém, o dom de cura também era atribuído a atuação dos santos,
pois, como sabemos a vida religiosa era um dos pontos fundamentais da vida dos
europeus daquele período.
Mas
a ajuda dos santos e das plantas medicinais não garantia a vida eterna destes
viajantes, logo, estes conservaram um enorme medo de morrer sem a benção de um
líder religioso, temendo não alcançar a piedade divina e poder descansar em paz
no reindo de Deus. Por isso junto com à pouca bagagem destes aventureiros era
preciso que a expedição viessem acompanhada de um capelão, este seria uma
garantia diante de tantos perigos que poderiam adiantar a hora da morte de
alcançar a piedade divina.
Em
meio às dificuldades de vida dos viajantes estavam também as condições de pouso,
que poderiam acontecer, nos mais diversos e estranhos locais, podendo ser em
fazendas, sítios, ranchos e até mesmo em cima de árvores em caso de situações
em extremas de perigo. Não havia à escolha de um pouso determinado, até porque
o trajeto a ser percorrido não se conhecia, se instalavam por onde dava, não
importava se era confortável ou não, tudo seria uma consequência da viagem, era
preciso improvisar meios de pouso.
O
pouso tornou-se questão de boa vontade e de lucro. Muitas pessoas são se negavam
a acolher estes viajantes em suas propriedades, porém, houve outras que vieram
nos pousos bons negócios, fontes de lucro, e não demorou muito para que
surgissem inúmeras estalagens ao longo dos caminhos, assim como também outros
serviços.
Porém,
os pousos que se davam em estalagens não significava conforto, muitos ofereciam
serviços péssimos, muitos viajantes viram-se obrigados a consumir os mais
terríveis gêneros. Mas também existiam aquelas estalagens consideradas ótimas,
como foi o caso da estalagem CAMAPUÃ que foi considerada uma das melhores da
região, oferecia distração aos exaustos viajantes, com festas e banquetes.
Diante
do contexto exposto por Laura de Melo e Souza, foi possível perceber as
dificuldades pelas quais os desbravadores do Brasil colônia se proporem a
enfrentar. Os desafios foram muitos, o perigo foi algo constante. As condições
de vida necessitavam de adaptações de escolhas e entre elas à de pôr de lado a
própria privacidade em troca de sobrevivência e em busca de alcançar o êxito da
missão.
DOCUMENTÁRIO CONSTRUINDO UM IMPÉRIO – OS ASTECAS
O documentário construindo um Império (título original Engineering an Empire) – Os Astecas, do canal The History Channel, tem 45
minutos de duração e produzido no ano de 2006. Estando sobre direção de Mark Cannon, Dana Ross, Ted Poole e sendo narrado por Peter Frederick Weller um ator americano, diretor e conferencista. Relata o
surgimento da confederação asteca, uma tribo que antes era nômade, e depois se
tornou um “Império”. A palavra Império utilizada no documentário é um erro
segundo Jorge Luiz Ferreira professor de História da América da Universidade
Federal Fluminense, pois os Astecas eram constituídos em uma confederação.
Frances
Berdan (bacharelada pela Universidade Estadual De Michigan e Ph. D. pela
University Of Texas e professora emérita de antropologia da Universidade
Estadual San Bernardino) começa relatando a história de um casamento entre
membros de duas tribos, a filha de um rei tribal com um asteca. Antes do casamento
como parte do ritual a levaram. Só não se imaginava que eram para um sacrifício
o que desencadeou uma perseguição aos astecas, eles fugiram e se refugiaram em
uma ilha no meio de um imenso lago.
Os
astecas possuíam tecnologias bastante avançadas, principalmente quando se fala
a construção de pirâmides e aquedutos. O que chamou mais a atenção dos Europeus
foi a sua capital, ao ponto de chama-la de beleza do novo mundo. Beleza está
que para eles foi uma surpresa por não imaginarem que os “ignorantes” poderiam
ter a capacidade de criar tamanha Obra de Arte.
Porém
ainda continuaram a ser imaginados como um povo que não tinha compaixão, o
narrador diz: “Mas, a cede de sangue e poder levo-os ao rumo da autodestruição”.
Isto por que os rituais que nos templos aconteciam, não eram entendidos na
concepção do Europeu cristão. Os rituais para os astecas fazia parte de algo
sagrado, o sangue em si era o de mais puro e de mais precioso que se podia
ofertar aos deuses. Sendo pelo sacrifício que o mundo continuava a existir, era
por ele que o sol ainda se movia.
Os
astecas se constituíram como cidade em uma ilha pantanosa no meio de um imenso
lago Texcoco, que foi chamada de Tenochtitlán, onde na atualidade é a cidade do
México. No começo não foi nada fácil para as astecas, mas aquela região foi
apontada pelos deuses, então ali deveria ser construída a sua cidade, está
parecida com Teotihuacán, à cidade dos deuses. Segundo Frances Berdan pouco se
sabe sobre Teotihuacán, os únicos vestígios que poderiam contar sua história é
suas próprias ruinas.
O
líder asteca Acampapichtll teve uma grande dificuldade para construir
Terochtitlan, Segundo Susan Toby Evans (bacharelada na Universidade da
Califórnia, Berkeley e Ph. D na Universidade Estadual da Pensilvânia, e
Professora de antropologia) como as ilhas eram bastante pantanosas todas as
pedras que colocavam afundavam. Mas através desta dificuldade a cidade passou a
revolucionar construindo alicerces com pilares de madeira de 10 m de
comprimento e envolto de material vulcânico, em cima dele era levantada as
pirâmides. Praticamente nesse mesmo contexto eram construídos elevados que
poderiam aguentar grandes pesos. Mario Schjetman diz que elas não inclinavam
graças a uma façanha da tecnologia.
O
numero de habitantes só fazia aumentar e o método que utilizavam para conseguir
agua não se fazia mais eficaz. Então passaram a querer a agua das fontes do continente,
mas de acordo com Manuel Aguilar (um professor associado de história da arte na
Universidade Estadual da Califórnia em Los Angeles, renomado especialista em
sociedades pré-colombianas e da história colonial do México) os astecas eram
controlados por uma tribo “agressiva” os tepanecas, a quem eram submissos. Os
astecas decidiram solicitar a eles não somente o contato com a agua, como
também a ajuda com a construção dos aquedutos. A resposta a esses pedidos foi o
assassinato do líder asteca o que gerou uma guerra entre ambos os grupos
nativos. Os Astecas se aliaram com vizinhos da cidade Texcoco e com seu líder
Netzahualcóyotl. Venceram.
Os
astecas passaram a autodenominar-se de Mexicas.
O
documentário em sua totalidade faz apenas uma comparação entre os europeus e os
astecas e consegue encontrar um ponto que os astecas se sobressaem segundo a
fala de Manuel Aguilar “Em comparação com europeus o povo asteca era muito
limpo. [...] Em termos de higiene os Astecas eram mais avançados que os
europeus”. Um pouco antes quando se fala em revolucionar com as suas construções,
eles revolucionam apenas a América.
É
incrível como a agua percorria toda a cidade, regando as plantas, e chegando
até a banheira onde o rei se banhava.
Em
meados do sec. XV escolheram o seu líder Moctezuma I, que expandiu as
fronteiras. Na representação do mapa no documentário a expansão é representada
por uma mancha vermelha que vai se expandindo dando a entender que essa
conquista teve como fruto bastante sangue derramado. Nesse mesmo período a
cidade sofreu com as inundações que resultou na destruição da cidade. Porem
Netzahualcóyotl o ajudou criando um enorme dique. Este dique possuía 16 km e ia
de uma ponta a outra do lago que era raso por isso a altura não passava de 4 m.
As comportas de madeiras controlavam o nível da agua.
Outra
construção importante foi as chinampa. Segundo Mario Shjetman a chinampa era
uma ilha artificial construída no lago. Era construída com uma teia flutuante
de talos e fibras e uma pilha de junco por cima, e lodo do lago em cima do
junco, construída com aproximadamente por 6 homens trabalhando por 8 dias
A
cada minuto que passava mais a confederação Asteca crescia, assim criaram
estradas as “grandes vias Astecas”. O documentário traz esse crescimento
acompanhado com o aumento de rituais, através de tom pejorativo, uma critica
aos costumes dos Astecas. Logo, em seguida apresenta a expectativa de vida que
era 37 anos. Ao representar o momento do sacrifício o documentário mostra a
pessoa que será sacrificada se debatendo, mas na realidade na maioria das vezes
a pessoa estava ali por vontade própria.
O
próximo líder viria a ser Ahuitzotl, neto de Moctezuma I que alargou ainda mais
o “Império”, proporcionando um grande acumulo de materiais como pedras
preciosas, penas coloridas... Criaram para levar essa riqueza ao centro do
“império” um tipo de correio que é mais rápido que o correio da atualidade,
fala Berdan.
Ahuitzotl criou o Templo Maior símbolo do seu
poder absoluto. “À medida que o ‘Império’ crescia a pirâmide crescia junto”. O
templo permaneceu enterrado até 1978, quando trabalhadores descobriram um disco
esculpido, este disco representa o corpo da deusa da lua Coyolxauhque
desmembrado, ela havia sido assassinada pelo irmão, por ter tido um filho fruto
de adultério.
Para
os Astecas, como já dito, o bem mais precioso era o sangue (o chamado, agua
preciosa). E como eles tinham uma divida com os deuses, a eles deviam um
presente. Dentro desse contexto não poderia existir um presente que os honrasse
mais que o sangue. Eles acreditavam caso não houvesse sacrifício o mundo
chegaria a seu fim. Segundo Susan Toby Evans os Astecas enfeitavam as paredes
dos templos com o sangue humano que era tirado das pessoas sacrificadas, ela completa
“O cheiro, decerto, deveria ser sufocante.” Claro que dentro do contexto de uma
mulher da atualidade que provavelmente cresceu dentro nos preceitos de que a
sociedade em que vivia era um modelo, único, e correto de civilização, o cheiro
poderia sim ser sufocante, para eles, os Astecas, não.
Na
inauguração do Templo maior, houve um sacrifício de aproximadamente 20 mil
pessoas segundo as crônicas, Os crânios foram expostos nas paredes dos templos.
Depois deste momento parece que o número de sacrifícios passou a aumentar.
Ahuitzotl
morre, Moctezuma II fica no poder. A civilização avança até a Guatemala,
Moctezuma é descrito como severo, talentoso militar, depressivo.
Cortez
chega ao Golfo do México 1519, ele começou sua expedição e todos que foram pedras
em seu caminho foram exterminados, porém nem todos se revoltavam, e uma forma
de demostrar a hospitalidade era oferecer alimentos e mulheres que seriam
usadas sexualmente. Do envolvimento de cortes com uma das mulheres nasceu o
primeiro mestiço de que se tem conhecimento naquela região. Além de ter tido um
filho está referida mulher foi além de uma amante, virou interprete.
O
primeiro encontro entre Cortez e Moctezuma II foi pacifico, Cortez estendeu a
mão para Moctezuma II, mas foi impedido de tocá-lo, não sabia que era proibido
tocar no grande senhor da terra.
Moctezuma
convidou os espanhóis a se hospedarem em um dos seus palácios. Foi um erro. Uma
semana depois Moctezuma foi raptado e obrigado a ser uma marionete de Cortez,
ou seja, recebia suas ordens.
Em
1520 o estopim foi à interrupção de um sacrifício, e a morte dos participantes.
Os membros da cidade ficaram indignados com tamanho sacrilégio e se revoltarão
contra seu líder e o apedrejaram. Os espanhóis tentaram fugir na calada da
noite, este dia ficou conhecido como noite triste, 400 Espanhóis e nativos
traidores foram mortos.
Cortez
e alguns dos seus companheiros conseguiram fugir, e decidiram destruir a
cidade, cortou a entrada de agua e os alimentos, afim de que os astecas se
rendam a fome. Em 1521 ocorreu o ataque final à cidade, esta guerra durou
meses. Em 13 de agosto o ultimo líder dos Astecas foi capturado 90% dos nativos
que viviam na Região que atualmente é chamada de México, inclusive com doenças
que foram trazidas de outros países.
Agressivo,
assassinato a sangue frio, tiranos, opressores, orgias de morte, são expressões
utilizadas nesse documentário como forma depreciativa a cultura asteca, podemos
perceber claramente que o outro nesse contexto não é compreendido. Em seu livro,
Incas e Astecas: cultura pré-colombiana Ferreira
aborda bem esse sentimento Europeu de que aqueles encontrados na América não
passavam de bárbaros e eles eram “sujeito histórico por excelência”. Passando como subjetividade a
inteligência e superioridade dos europeus. Para os especialistas os astecas não
passavam de povos que viviam uma vida parcialmente animalesca sem compaixão
para com o outro.
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