quinta-feira, 9 de maio de 2013

O PODER TRANSFORMANDO O HOMEM


Na modernidade Foucault identificou toda uma microfísica do poder através de uma analise sobre como o mesmo funciona ele percebeu que o poder não tem apenas lugar central. Com isso o individuo não pode detê-lo ou pô-lo em suas mãos, pois ele não é inerte, vive em constante movimento. Sendo praticado em toda relação em que existe mais de uma pessoa, uma relação de poder. E este poder não é apenas negativo ele traz uma carga de positividade porque o poder produz efeitos de verdade, entre outras realidades. Com isso como tudo para Foucault o poder também não pode ser generalizado como algo apenas negativo.Lugares como escola, fábrica, exército, hospitais, prisões, (instituições de sequestro) tinham um poder especifico, o poder disciplinar. Este vai se diferir dos poderes clássicos: O poder pastoral que é vertical, partindo de uma reciprocidade entre pastor e ovelhas, pois um depende do outro, porém o pastor deve estar sempre disposto a se sacrificar pelo seu rebanho; O poder de soberania esse pertence ao campo politico e ao contrario do poder pastoral este não é salvacionista e sacrifical, neste não existe lugar para piedade.O controle do tempo é uma das características importante na disciplina, pois em um ambiente disciplinar o tempo é marcado para realizar as tarefas. Por exemplo, na escola vemos que existe horário para tudo, hora para entrar, de fazer tarefas, de comer, de ir embora. Com o decorrer do processo o individuo vai se acostumando a realizar os deveres no tempo determinado automaticamente. Como também o exercito, onde todos os soldados são enfileirados e treinados a marchar da forma que todos comecem com o pé direito e que a duração de um passo a outro passo dure 1 segundo, sem falar na desenvoltura postural adequada para que facilite realizar as tarefas no tempo, pois ele – o tempo – não pode ser desperdiçado porque no espaço as atividades devem se entregar umas a outras de maneira que no final obtenha-se um resultado satisfatório, e esse seja um “tempo evolutivo”.
A disciplina controla o espaço, distribuindo as pessoas de maneira que possa facilitar o controle e constrói a estrutura de maneira que facilite a vigilância, por exemplo, quando vamos analisar a escola em seu completo percebemos que sua predominância é a questão disciplinar.Na escola deve-se sempre manter a disciplina é através dela que a engrenagem da educação funciona. Nesse sistema tanto o professor quanto os alunos são vigiados. No espaço escolar tudo é colocado e construído de forma que facilite a vigilância e através desse processo os corpos são coagidos, se não fizeram as tarefas passadas na sala de aula ou se não respeitarem as normas, a vigilância (diretores, vice-diretores, supervisores, professores, alunos) vão repreendê-los e vão os punir, assim vão se docilizando, até chegarem ao ápice desejado.Para Foucault a vigilância acontece através do olhar, da visibilidade, todos vigiam a si mesmo e aos outros constantemente, cada olhar vira um panóptico, as pessoas sabem que estão sendo vigiadas, mas não sabem quando estão sendo. Atualmente, um dos meios de vigiar seriam as câmeras. Diversas escolas as utilizam para serem seus olhos e ouvidos quando os professores, supervisores, diretores, estão ausentes. Pois, as câmeras intimidam o comportamento considerado pela instituição indevido, não sendo assim necessário recorrer à força física ou a fechaduras, pois a destruição de algum objeto da escola na teoria não aconteceria graças ao campo de visibilidade que a câmera iria proporcionar, pois como afirma Foucault em seu livro vigiar e punir “Quem esta submetido a um campo de visibilidade, e sabe disso, retoma por sua conta as limitações do poder”.Todo o comportamento contrário àqueles que regem as regras da escola, será passível de punição, seja ela uma “privação ligeira” ou humilhação. O castigo seria uma forma de exercitar o aluno adestrando-o a ter um bom comportamento. Produzindo nele um sentimento de que é melhor a recompensa do comportamento correto do que a punição. Sendo assim a escola não se difere de instituições como as prisões, pois é símil em suas estruturas, sua forma de disciplinar, em sua organização hierárquica e em sua vigilância constante.Essas instituições disciplinares “sequestram” o corpo, o retirando para ser disciplinada por um longo tempo. Essa disciplina passaria a docilizar os corpos, este não seria submisso, mas sim flexíveis, adaptáveis por que vale lembrar que falar em corpos dóceis não significa falar em corpos obedientes. E Assim formar um individuo moderno que está sujeito ao seu tempo, surgindo como alvo de poder, quando antes poucos tinham essa visibilidade. O homem emergiu como produção de poder e objeto de saber.Diferente do poder disciplina que interfere na vida do individuo de forma mais particular foi identificado por Foucault o bio poder que tratava mais da visão do individuo não mais de forma particular, mas como um conjunto, Isto é, os fenômenos coletivos que são fundamentais para a sobrevivência humana, Porém isso não significa que o poder disciplinar será anulado, mas sim que ambos estão sendo efetivados juntos.Concluindo que o corpo passa por um processo de domesticação sofrendo influência de todos os poderes que os cercam, ele é manipulado, modelado e treinado. Através dessa afirmação podemos perceber que o lugar que um sujeito ocupa pode influenciar suas atitudes a algo ou pode o limitar e até mesmo o proibir em relação a sua fala e as suas atitudes.
REFERÊNCIAVEIGA-NETO, Alfredo. Foucault e a educação. 2 ed. Belo Horizonte: Autentica, 2007.FOUCAULT, Michel. Microfisica do poder. Tradução: Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 38 ed. Petrópolis, Rj: Vozes, 2010.HUNT, Lynn. A nova história cultural. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.





PIAGET E PERRENOAUD: CONTRIBUIÇÕES PARA PENSAR O ENSINO DE HISTÓRIA¹


         1.    INTRODUÇÃO

             Jean Piaget nasceu em 1896 na Suíça, era formado em biologia na Universidade de Neuchâtel. Ele nunca se formou em pedagogia, porém criou várias teorias em relação à educação infantil, através da observação de seus 3 filhos. Foi diretor do Instituto Jean Jacques Rousseau. Morreu em 1980, de causas não exatas, em Genebra.
Phillipe Perrenoud também é suíço, é formado em sociologia e antropologia. Ele trabalha com os componentes curriculares pratica e currículo. É um dos autores mais lidos do Brasil. Atua na Universidade Genebra e na Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação.
Este trabalho refletirá sobre ambos: Piaget e Perrenoud. Buscando identificar as semelhanças, que seria o pensamento reflexivo. Buscando compreender, trazem em seu discurso à formação, adolescente e jovem, e as armas que podem ser utilizadas pelos professores para tornar o máximo possível o aprendizado proveitoso.
Articulando esses saberes ao questionamento: Como os professores de História podem utilizar essas teorias na sala de aula? Elas são eficazes? Através delas que produtos podem ser gerados?
      2.  PERRENOAUD E PIAGET: AÇÕES REFLEXIVAS DO PROFESSOR
Perrenoud defende que o professor deve refletir sobre as ações que realiza. Será essa uma reflexão na ação, reflexão distante a ação e reflexão sobre a ação. A primeira se refere a quando o professor se questiona enquanto age, para que possa perceber que rumo à situação está tomando, se seus métodos estão funcionando ou não. Se um professor reflete durante o calor da ação ele poderá escolher se algo será feito ou não, com isso mudará a ordem das coisas. Na segunda a reflexão vai servir para analisar os resultados de uma ação após sua execução, nesta o professor verá o que foi valido e aceito por sua turma e enxergar seus erros para que estes não se repitam afim de que se possam criar novas possibilidades de aprendizado. Na reflexão sobre a ação o professor deve se afastar e tentar refazer em sua mente o raciocínio que formulou durante sua ação e assim verificar o que pode ser melhorado e seus pontos de vulnerabilidade, enfim perceber o que deve ser melhorado.
Através da reflexão sobre o sistema de ação o professor poderá perceber os acontecimentos que mais se reproduzem de forma negativa, e por isso bolar um esquema que o propicie combater estas atitudes.
Apesar de todos os planos e toda reflexão o professor nunca estará livre de errar. A vida não é o enredo de uma peça, milimetricamente planejado, a vida é cheia de estradas, e cada uma delas leva a um lugar diferente. Deparamo-nos com situações inesperadas, uma questão interessante que é abordada, uma desordem da turma, um aluno que ínsita tumulto. Essas atitudes levam o professor a trocar de caminho.
Os professores reflexivos são de suma importância para evitar diversas catástrofes, por exemplo, professores mal preparados para a docência, pois este ficará sem reação em ambiente hostil, alias quanto menos problemático for o ambiente de ensino de um professor, menos ele exercerá sua capacidade de refletir diante das situações.
Na Teoria da Genética, Piaget, aborda que só é possível as pessoas transformarem conhecimento em aprendizagem se praticar o esquema, este seria a estruturação do pensamento, isto é, a epigênese "o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas" (Piaget, 1976).
O conhecimento resultará das interações dos sujeitos com o meio em que vive, da observância de si mesmo, da autocorreção, da racionalização dos seus pensamentos, ou seja, sem a reflexão a relação com o meio é ineficaz. O processo de transformar conteúdo em conhecimento é um processo lento, feito muitas vezes de vários erros e poucos acertos.
Piaget acredita que o professor deve produzir, pensar, refletir sobre todos os seus passos, todos os seus métodos pedagógicos, para através desses poder melhorar a reflexão com o passar do tempo, tornando-se uma tarefa fácil de ser realizada.
O valor do professor de história se fará através de uma reflexão, pois sem ela, ele se tornará apenas uma pessoa que se disponibiliza a dar aula para uma turma, será aquele que não contribui significantemente para a formação de um individuo critico. Por exemplo, um professor decide trabalhar o teatro como forma de ensinar, e durante ou no fim percebe que pouca coisa de positivo foi acrescentada aos seus alunos. Se esse for um profissional reflexivo, ele saberá que essa decisão tomada foi um erro que não poderá ser repetido, caso contrario ele tentara novamente implantar em seus alunos o mesmo método. Com isso podemos notar que aquele professor que sabe interpretar o seu meio e dele tirar lição estará trazendo evolução para sala de aula.
A reflexão trará a oportunidade de mudanças positivas não tão somente para os alunos, mas também para o professor que estará indo para outro patamar, transformando-se naquele que poderá plantar, talvez, a primeira semente de interrogação, de questionamento do símil, e de aceitação do diferente. Será este um novo olhar disponibilizado aos alunos. Desta forma estará utilizando o pensamento de ambos os pensadores, para aperfeiçoamento do ensino de História. Se tornando uma forma bem melhor trabalhada de fazer com que o professor produza conhecimento com mais facilidade.
3.    CONCLUSÃO
De acordo com as discursões abordadas podemos entender que os pensamentos de Piaget e Perrenoud acerca da reflexão são semelhantes. Os dois abordam que é preciso que o professor deva refletir sobre os seus atos para que haja melhoras em suas praticas pedagógicas
Um professor reflexivo torna seus alunos aptos a refletir. Um professor que toma suas atitudes por impulso influenciará seus alunos a tomarem atitudes no calor da emoção. Por que o aprendizado não se dá somente pelo conteúdo imposto pelos livros e pelo professor, mas também pala maneira com que ele se posiciona diante das situações. O professor, de grosso modo, é um exemplo, às vezes um ídolo para seus alunos dependendo de seu lugar, de seu discurso, seu comportamento.
A disciplina história pertence a um lugar de critica, como ensinar história se o professor não tem capacidade de criticar a si mesmo. Como poderá refletir sobre os contextos históricos, se não consegue refletir sobre si mesmo.
Diante disso podemos concluir que as teorias Piaget e Perrenoud trazem bastante contribuição para o ensino/aprendizagem, tanto do aluno quanto do professor formando pessoas prontas para não aceitarem os discursos de forma passiva, e de não aceitarem chegar a uma perfeição, cientes de que sempre a algo a melhorar.
REFERÊNCIA
PERRENOUD, Perrenoud. A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica; trad. Claúdia Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2002. (p. 29-70).
PIAGET, Jean 1896. Fazer e compreender; trad. Christina Larroudé de Paula Leite. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
ucsnews.ucs.br/ccha/deps/cbvalent/teorias014/restrito/.../piaget3.html. Acesso: 01/12/2012 as 16:30

O CORPO DO REI


VIGARELLO, Georges. O corpo do rei. In: História do corpo. Tradução de Lúcia M. E. Orth; 2. Ed. Petrópolis; Rio de janeiro; Vozes, 2008. 504-534 p.


George Vigarello trás em seu texto o corpo do rei a resposta sobre a indagação de como era visto e compreendido o corpo, e como era entendida a sua importância, possibilitando pensar o papel do corpo no novo tempo. O corpo do rei.
Graças ao lugar do rei, seu corpo obtinha visibilidade, está trazia consigo a exaltação de suas características físicas, espiritual, sobrenatural e de sangue. Seu corpo, sua pele, seu rosto, seus olhos, tudo era belo, másculo. Seu porte, sua voz poderia ser comparadas a Deus, inclusive as suas habilidades físicas, pois parecia ter resistências corporais e poderes que beiravam o sobrenatural ao ponto de acreditar que acidentes que machucavam um homem normal o matinha ileso e de um simples toque do rei poderia curar uma pessoa.
O corpo do rei fazia parte de um organismo, neste ele era a cabeça e seus membros seriam todos os seus súditos, aqueles que a ele deviam toda e total submissão. Esse corpo estava ligado diretamente com o poder do estado.
O rei possuía dois símbolos de corpo, o místico, e o natural. Apesar de todas as superstições que cercavam o rei e lhe dava este status de poder, sabemos que ele era um homem comum, que poderia amar, pecar, morrer. Esta era o seu corpo natural, o corpo falível. Porém um homem que morre prejudicaria a ideia de estabilidade do governo, por isso existia o corpo místico, este trazia a ideia de que o rei era livre de cair em qualquer erro que um homem comum cairia, ele não erra, desprovido de passado, de infância, esse nunca morrerá. A eternidade era o seu ponto forte.
Não podemos comparar o duplo corpo do rei com o de Jesus Cristo, pois apesar de ter sido provavelmente pensada através dele, o corpo natural vai se divergir, pois o corpo de cristo era verdadeiro e os corpos natural e místico do rei vivem junto todos os momentos, em uma só pessoa.
O duplo corpo do rei se divergia por região, na Inglaterra era uma linguagem jurídica, já na França era mais visual. Outra diferença era a questão do sangue que na França era bastante forte, o medo do adultério estava sempre presente, e caso houvesse uma suspeita da linhagem dos herdeiros eles eram desqualificados. Na Inglaterra não, o sangue seria apenas mais uma das características que compunham as de um rei. O corpo místico também vai se divergir entre esses dois estados, na Inglaterra esse corpo vai simbolizar o campo politico, na França o divino.
Contudo, esses dois corpos vão mudar com o absolutismo, nesse momento ocorre uma união entre o corpo natural e o corpo místico, o rei se aproxima do divino, ele poderia tocar em doentes e esses doentes eram curados, isto é, o poder do rei era símil ao de Deus.
Quando o rei morria, não mais o seu sucessor precisava esperar o seu funeral, agora quando fosse dado ultimo suspiro o outro já podia assumir.

CASAMENTO: UM NEGÓCIO PARA A VIDA TODA


“Ah! O amor... esse milagre de encantamento, espécie de suntuoso presente que atravessa os séculos (...). Feitos de encontros inesperados ou de acasos favoráveis ele é como um choque violento que eletriza cega e encanta. Deixa-nos perdidos (...) provoca desejos ou paixão que se manifesta na impaciência dos olhos, do coração, de todo corpo.” (DEL PRIORE, 2004, 12).

: O casamento na Terra de Santa Cruz durante o período de XVI e XVII, por determinação da igreja católica era considerado na teoria indissolúvel e imune ao adultério. O amor não fazia parte dos critérios exigidos para a realização do casamento. Alias quem se casava por escolha era tido como um tolo, que mais sedo ou mais tarde iria se arrepender.
Antes de se tornar um sacramento era apenas realizado como contrato para apenas aumentar a riqueza da família e não permitir a dispersão das terras. A escolha dos noivos vinha dos familiares, principalmente dos pais dos noivos chegando aos prometer desde a infância. As superstições em relação ao casamento e aos noivos era frequente. Deferente da mentalidade de hoje o Santo para qual se clamava o pedido pelo casamento era São João e não Santo Antônio.
A igreja por sua vez tentava sempre modular as pessoas, as mulheres mais do que os homens, por que as mulheres eram consideradas mais vulneráveis a provocar o mal, estavam mais perto do demônio que o homem. E o homem mais perto do bem, por isso a mulher ocupava um lugar na estrutura da sociedade inferior ao homem e a eles deviam a obediência.
A mulher tinha que possuir características comportamentais para um bom crescimento familiar e para felicidade do seu marido, ela deveria ser “virtuosa, honesta, honrada, discreta”, paciente, porque beleza passa e muitas vezes atrapalha o casamento, mas as características citadas fertilizam o lar. Por isso elas não tinham alternativas, de acordo com a igreja, a mulher deve respeitar seu marido em tudo e o servi sempre que ele quiser sendo sempre uma mulher exemplar. A imagem de uma esposa dominadora era abominável e todas que assim fosse estará indo de encontro com a ordem natural.
A esposa seria a geradora da descendência de seu marido e a ela seu marido não demonstrava amor, e não praticava sexo por prazer, nas mentes mais conservadoras. Tanto o homem, quanto a mulher só transavam com prazer, na maioria das vezes, com os amantes. O excesso de afeto, amor e prazer era condenado pela igreja, pois todo excesso corrompem os bons costumes e afastam o homem de Deus. No sexo o homem deveria sempre ocupava o lugar ativo e a mulher o passivo, porque o homem era considerado superior e a passividade o inferiorizava.
O ideal era que a mulher se casasse virgem, pois o sexo era um mal, mas após o casamento era “menos mal”. Com isso o sexo após o casamento era um forma de Deus de não permitir que o homem não caísse na luxuria, no pecado de Satã.
Existiam dias em que o sexo era proibido pela igreja, por exemplo, no tempo de jejum, na quarentena após o parto, durante a gravides e a amamentação. Também era proibida qualquer forma de evitar gravides e posições sexuais que depositassem o sêmen em lugar indevido como o sexo anal.
Contudo, podemos perceber que a vida no Brasil na colônia em relação a sexualidade era cercada por regras de condutas que deveriam ser seguidas em nome da moral e dos bons costumes. A igreja espalhava suas concepções e a sociedade utilizava, usando o olhar para vigiar o outro e tentar manter tudo em ordem.

O AMOR E O CASAMENTO NO BRASIL COLÔNIA


O Brasil no período colônia impõe a sociedade uma vida cujo sistema que há rege é patriarcal, isto é, um sistema em que o homem ocupa um lugar de prestígio e uma importância especialmente perante a igreja, já que ela é a maior dizimadora dessa mentalidade que prende a mulher em uma rede invisível de regras e de máscaras de inferioridade, onde o homem domina e suas vontades devem ser respeitadas e realizadas. Restando a mulher apenas vestir-se de submissão, reverência, obediência, e fidelidade eterna. Sua vida seria a partir do casamento a vida de seu marido.
Sabemos que o ser humano trás em si a sexualidade, para que está não seja vista como pecado deve-se purificá-la através do casamento. Com ele o sexo deixaria de ser pecado e passaria a ser visto com naturalidade, pois, a perpetuação da espécie era necessária aos olhos dos homens e de Deus.
Segundo Mary Del Priore a historiadora Alzira Campos através de analises sobre o amor em São Paulo no século XVIII denominou dois tipos de amor, “o amor no casamento” e o “amor-paixão”. O primeiro retrata o amor puro, sem pecado, abençoado pela cerimônia matrimonial católica e o segundo trás o amor que simboliza o pecado, seria aquele que beirava as trevas e era passível de punição.
Era aconselhável que o casamento acontecesse sempre entre pessoas que possuíssem as mesmas semelhanças, de faixa etária, classe social, caráter moral e condições físicas. Isso, para que as diferenças não atrapalhassem a convivência entre os cônjuges. Em um relacionamento era necessário que a mulher fosse sempre uma esposa impecável, a felicidade do lar dependia exclusivamente dela.
De acordo com a Igreja, as pessoas podiam se casar a partir dos 14 anos para os homens e 12 anos para as mulheres, porém nem sempre se respeitava essa idade determinada, alguns se casavam antes ou depois desta idade estipulada. E quanto mais velho uma pessoa ficava mais se dificultava a possibilidade de casar-se, especialmente se tratando do gênero feminino.
Entre os mais ricos o casamento era uma necessidade de conservação de riquezas, nessa situação a união matrimonial significava a homogeneização dos bens materiais de ambas as famílias. Se tornando uma exceção o casamento por amor. Até porque quem possuía mais liberdade para escolher o seu conjugue era aqueles que não possuíam riquezas, muitas vezes esses, apesar de tantas regras em nome da moral e dos bons costumes não chegavam a respeitar o sacramento da Igreja, recorrendo à união sem a bênção divina.
O casamento era um ato que depois de realizado não se tinha mais como voltar atrás, portanto era preciso ter bastante cautela em relação à escolha dos parceiros. Casar-se por amor era considerado uma idiotice, na escolha não deveria pesar esse sentimento, pois o resultado seria um futuro de frustações e descontentamentos. O que deveria ser levado em consideração era a razão, pois essa resultaria em um futuro próspero.
Os pré-requisitos para a escolha da esposa ideal não consistia em aparência física ou boas possibilidades financeiras, mas sim em uma mulher respeitosa, que estava disposta a aceitar e satisfazer as vontades de seu marido, virtuosa, fértil, honrada, fiel e discreta. Um homem que tivesse a sorte de encontrar uma mulher com essas características garantia paz e felicidade para o seu futuro e ela seria a sua maior riqueza. Contudo era aconselhável pelos manuais de casamento que o homem não deveria mostrar tanto amor e desejo por sua mulher pois, o amor paixão era um obstáculo nas relações conjugais, porque a mulher poderia levar ao fundo poço. Nenhuma mulher era confiável devido a sua aproximação e/ou facilidade de praticar o mal podendo dominar o homem por ser considerada sinônimo de luxuria, mentira e falsidade.
A mulher dominadora era abominável em todas as situações aos olhos da sociedade. Por exemplo, em uma relação sexual era disseminada a mentalidade de que as mulheres deveriam ocupar a passividade enquanto ao homem preservava-se a sua plena atividade, ou seja, a mulher nunca poderia estar sob o homem durante o sexo. Com isso o prazer era reservado exclusivamente ao homem e a mulher restava apenas cultivar a sua virtude.
Diante do contexto abordado por Mary Del Priore podemos perceber que o casamento na colônia Brasil estava sujeito a varias relações de poder e intencionalidades. Na qual a igreja era a principal produtora de discursos que articulavam o comportamento da sociedade resultando em regras de conduta que deveriam ser aplicadas e seguidas, por exemplo, o sexo apenas após o casamento com finalidade procriava. Desta forma o período colonial desfalece a ideia de casamento por amor, a fim de enfatizar os interesses econômicos dos grandes detentores de riqueza.

O DESCONFORTO DA COLONIZAÇÃO



A colonização do Brasil colônia não se restringiu a conquista do litoral e dos nativos que habitavam naquele território, pelo contrário, a conquista também se estendeu pelo interior, adentrando no desconfortável sertão, cercados de excessos e escassez, muito calor, muitos insetos, muitos animais ferozes ao lado de pouca água, segurança, comida, roupas e dentre outros que serão abordados brevemente.
Segundo Mary Del Priore, a maior parte da história da colonização ocorreu longe das instituições como a igreja e os conventos, até porque estes geralmente eram constituídos próximos ao litoral e não no interior da colônia, e depois de conquistado o litoral, restava-se a esses colonizadores desbravar o vasto território que se encontrava no interior, conhecer suas fronteiras e suas respectivas riquezas.
A missão de desbravar o nordeste iniciou-se em meio as mais diversas dificuldades que se possa pensar, logo, adentrar no sertão não era tarefa fácil, esta exigia certas adaptações e miscigenações de hábitos, expondo-se aos mais diversos perigos, muitos deles até desconhecidos, ficando estes sertanistas vivendo praticamente isolados, unidos em grupos, totalmente afastados da costa e das influências europeias, todos à mercê da natureza selvagem.
Para enfrentar o ritmo de vida sertanejo foi preciso fazer alterações, adaptações, unindo o modo de vida indígena ao europeu. A privacidade tornou-se algo praticamente impossível nas condições pelas quais estes desbravadores do sertão se encontravam, o isolamento significava perigo duplicado, a vida em grupo garantia o bem estar de todos.
Os bandeirantes estão entre os principais grupos de desbravadores do sertão e entre os mais conhecidos, estes se submeteram às inúmeras adaptações, assim como andar descalço, e a pé, logo o transporte a cavalo tornava-se quase impossível, pelo fato da vegetação rasteira, típico do nordeste não ser apta ao seu uso, além disso, a falta de mantimentos ao longo da viagem os fez encontrar na natureza fontes alimentícias que podiam ser encontrados na própria vegetação como frutas e animais, até cobras faziam parte do cardápio dos bandeirantes e de outros grupos que também tiveram no nordeste.
As mudanças dos bandeirantes resultaram não só em sofrimento, mas também em conhecimento, o poder das observações lhe rendeu um vasto conhecimento topográfico, capaz de identificar sinais de água ou de alimentos próximos à região em que se encontravam.
Além da caça e da coleta, estes grupos desenvolveram a atividade agrícola por onde encontravam boas condições climáticas e áreas propícias ao cultivo, para quando voltassem colhessem ou então outro grupo de sertanistas usufruísse, percebendo aqui uma preocupação coletiva e não apenas individual, logo, percebe-se que durante o período colonial a vida era constituída por ajuda mútua e não individualista.
Foi na natureza que o homem encontrou soluções para proteger-se da mesma, ou seja, contra chuva, mosquitos, animais ferozes, este foi o caso do “mosquiteiro”, isto é, um tipo de cobertura constituído de aninhagens por cima de uma corda que ficava nos mesmos paus em que estavam presas as redes.
 No meio natural foi possível encontrar animais que serviam de relógio orientando esses aventureiros no decorrer do dia, este foi o caso das aves ANHUPOCAS, assim como foi possível encontrar plantas medicinais que atuaram na cura de doenças que se desenvolvessem ao longo da expedição. Porém, o dom de cura também era atribuído a atuação dos santos, pois, como sabemos a vida religiosa era um dos pontos fundamentais da vida dos europeus daquele período.
Mas a ajuda dos santos e das plantas medicinais não garantia a vida eterna destes viajantes, logo, estes conservaram um enorme medo de morrer sem a benção de um líder religioso, temendo não alcançar a piedade divina e poder descansar em paz no reindo de Deus. Por isso junto com à pouca bagagem destes aventureiros era preciso que a expedição viessem acompanhada de um capelão, este seria uma garantia diante de tantos perigos que poderiam adiantar a hora da morte de alcançar a piedade divina.
Em meio às dificuldades de vida dos viajantes estavam também as condições de pouso, que poderiam acontecer, nos mais diversos e estranhos locais, podendo ser em fazendas, sítios, ranchos e até mesmo em cima de árvores em caso de situações em extremas de perigo. Não havia à escolha de um pouso determinado, até porque o trajeto a ser percorrido não se conhecia, se instalavam por onde dava, não importava se era confortável ou não, tudo seria uma consequência da viagem, era preciso improvisar meios de pouso.
O pouso tornou-se questão de boa vontade e de lucro. Muitas pessoas são se negavam a acolher estes viajantes em suas propriedades, porém, houve outras que vieram nos pousos bons negócios, fontes de lucro, e não demorou muito para que surgissem inúmeras estalagens ao longo dos caminhos, assim como também outros serviços.
Porém, os pousos que se davam em estalagens não significava conforto, muitos ofereciam serviços péssimos, muitos viajantes viram-se obrigados a consumir os mais terríveis gêneros. Mas também existiam aquelas estalagens consideradas ótimas, como foi o caso da estalagem CAMAPUÃ que foi considerada uma das melhores da região, oferecia distração aos exaustos viajantes, com festas e banquetes.
Diante do contexto exposto por Laura de Melo e Souza, foi possível perceber as dificuldades pelas quais os desbravadores do Brasil colônia se proporem a enfrentar. Os desafios foram muitos, o perigo foi algo constante. As condições de vida necessitavam de adaptações de escolhas e entre elas à de pôr de lado a própria privacidade em troca de sobrevivência e em busca de alcançar o êxito da missão.

DOCUMENTÁRIO CONSTRUINDO UM IMPÉRIO – OS ASTECAS


O documentário construindo um Império (título original Engineering an Empire) – Os Astecas, do canal The History Channel, tem 45 minutos de duração e produzido no ano de 2006. Estando sobre direção de Mark Cannon, Dana Ross, Ted Poole e sendo narrado por Peter Frederick Weller um ator americano, diretor e conferencista. Relata o surgimento da confederação asteca, uma tribo que antes era nômade, e depois se tornou um “Império”. A palavra Império utilizada no documentário é um erro segundo Jorge Luiz Ferreira professor de História da América da Universidade Federal Fluminense, pois os Astecas eram constituídos em uma confederação.
Frances Berdan (bacharelada pela Universidade Estadual De Michigan e Ph. D. pela University Of Texas e professora emérita de antropologia da Universidade Estadual San Bernardino) começa relatando a história de um casamento entre membros de duas tribos, a filha de um rei tribal com um asteca. Antes do casamento como parte do ritual a levaram. Só não se imaginava que eram para um sacrifício o que desencadeou uma perseguição aos astecas, eles fugiram e se refugiaram em uma ilha no meio de um imenso lago.
Os astecas possuíam tecnologias bastante avançadas, principalmente quando se fala a construção de pirâmides e aquedutos. O que chamou mais a atenção dos Europeus foi a sua capital, ao ponto de chama-la de beleza do novo mundo. Beleza está que para eles foi uma surpresa por não imaginarem que os “ignorantes” poderiam ter a capacidade de criar tamanha Obra de Arte.
Porém ainda continuaram a ser imaginados como um povo que não tinha compaixão, o narrador diz: “Mas, a cede de sangue e poder levo-os ao rumo da autodestruição”. Isto por que os rituais que nos templos aconteciam, não eram entendidos na concepção do Europeu cristão. Os rituais para os astecas fazia parte de algo sagrado, o sangue em si era o de mais puro e de mais precioso que se podia ofertar aos deuses. Sendo pelo sacrifício que o mundo continuava a existir, era por ele que o sol ainda se movia.
Os astecas se constituíram como cidade em uma ilha pantanosa no meio de um imenso lago Texcoco, que foi chamada de Tenochtitlán, onde na atualidade é a cidade do México. No começo não foi nada fácil para as astecas, mas aquela região foi apontada pelos deuses, então ali deveria ser construída a sua cidade, está parecida com Teotihuacán, à cidade dos deuses. Segundo Frances Berdan pouco se sabe sobre Teotihuacán, os únicos vestígios que poderiam contar sua história é suas próprias ruinas.
O líder asteca Acampapichtll teve uma grande dificuldade para construir Terochtitlan, Segundo Susan Toby Evans (bacharelada na Universidade da Califórnia, Berkeley e Ph. D na Universidade Estadual da Pensilvânia, e Professora de antropologia) como as ilhas eram bastante pantanosas todas as pedras que colocavam afundavam. Mas através desta dificuldade a cidade passou a revolucionar construindo alicerces com pilares de madeira de 10 m de comprimento e envolto de material vulcânico, em cima dele era levantada as pirâmides. Praticamente nesse mesmo contexto eram construídos elevados que poderiam aguentar grandes pesos. Mario Schjetman diz que elas não inclinavam graças a uma façanha da tecnologia.
O numero de habitantes só fazia aumentar e o método que utilizavam para conseguir agua não se fazia mais eficaz. Então passaram a querer a agua das fontes do continente, mas de acordo com Manuel Aguilar (um professor associado de história da arte na Universidade Estadual da Califórnia em Los Angeles, renomado especialista em sociedades pré-colombianas e da história colonial do México) os astecas eram controlados por uma tribo “agressiva” os tepanecas, a quem eram submissos. Os astecas decidiram solicitar a eles não somente o contato com a agua, como também a ajuda com a construção dos aquedutos. A resposta a esses pedidos foi o assassinato do líder asteca o que gerou uma guerra entre ambos os grupos nativos. Os Astecas se aliaram com vizinhos da cidade Texcoco e com seu líder Netzahualcóyotl. Venceram.
Os astecas passaram a autodenominar-se de Mexicas.
O documentário em sua totalidade faz apenas uma comparação entre os europeus e os astecas e consegue encontrar um ponto que os astecas se sobressaem segundo a fala de Manuel Aguilar “Em comparação com europeus o povo asteca era muito limpo. [...] Em termos de higiene os Astecas eram mais avançados que os europeus”. Um pouco antes quando se fala em revolucionar com as suas construções, eles revolucionam apenas a América.
É incrível como a agua percorria toda a cidade, regando as plantas, e chegando até a banheira onde o rei se banhava.
Em meados do sec. XV escolheram o seu líder Moctezuma I, que expandiu as fronteiras. Na representação do mapa no documentário a expansão é representada por uma mancha vermelha que vai se expandindo dando a entender que essa conquista teve como fruto bastante sangue derramado. Nesse mesmo período a cidade sofreu com as inundações que resultou na destruição da cidade. Porem Netzahualcóyotl o ajudou criando um enorme dique. Este dique possuía 16 km e ia de uma ponta a outra do lago que era raso por isso a altura não passava de 4 m. As comportas de madeiras controlavam o nível da agua.
Outra construção importante foi as chinampa. Segundo Mario Shjetman a chinampa era uma ilha artificial construída no lago. Era construída com uma teia flutuante de talos e fibras e uma pilha de junco por cima, e lodo do lago em cima do junco, construída com aproximadamente por 6 homens trabalhando por 8 dias
A cada minuto que passava mais a confederação Asteca crescia, assim criaram estradas as “grandes vias Astecas”. O documentário traz esse crescimento acompanhado com o aumento de rituais, através de tom pejorativo, uma critica aos costumes dos Astecas. Logo, em seguida apresenta a expectativa de vida que era 37 anos. Ao representar o momento do sacrifício o documentário mostra a pessoa que será sacrificada se debatendo, mas na realidade na maioria das vezes a pessoa estava ali por vontade própria.
O próximo líder viria a ser Ahuitzotl, neto de Moctezuma I que alargou ainda mais o “Império”, proporcionando um grande acumulo de materiais como pedras preciosas, penas coloridas... Criaram para levar essa riqueza ao centro do “império” um tipo de correio que é mais rápido que o correio da atualidade, fala Berdan.
 Ahuitzotl criou o Templo Maior símbolo do seu poder absoluto. “À medida que o ‘Império’ crescia a pirâmide crescia junto”. O templo permaneceu enterrado até 1978, quando trabalhadores descobriram um disco esculpido, este disco representa o corpo da deusa da lua Coyolxauhque desmembrado, ela havia sido assassinada pelo irmão, por ter tido um filho fruto de adultério.
Para os Astecas, como já dito, o bem mais precioso era o sangue (o chamado, agua preciosa). E como eles tinham uma divida com os deuses, a eles deviam um presente. Dentro desse contexto não poderia existir um presente que os honrasse mais que o sangue. Eles acreditavam caso não houvesse sacrifício o mundo chegaria a seu fim. Segundo Susan Toby Evans os Astecas enfeitavam as paredes dos templos com o sangue humano que era tirado das pessoas sacrificadas, ela completa “O cheiro, decerto, deveria ser sufocante.” Claro que dentro do contexto de uma mulher da atualidade que provavelmente cresceu dentro nos preceitos de que a sociedade em que vivia era um modelo, único, e correto de civilização, o cheiro poderia sim ser sufocante, para eles, os Astecas, não.
Na inauguração do Templo maior, houve um sacrifício de aproximadamente 20 mil pessoas segundo as crônicas, Os crânios foram expostos nas paredes dos templos. Depois deste momento parece que o número de sacrifícios passou a aumentar.
Ahuitzotl morre, Moctezuma II fica no poder. A civilização avança até a Guatemala, Moctezuma é descrito como severo, talentoso militar, depressivo.
Cortez chega ao Golfo do México 1519, ele começou sua expedição e todos que foram pedras em seu caminho foram exterminados, porém nem todos se revoltavam, e uma forma de demostrar a hospitalidade era oferecer alimentos e mulheres que seriam usadas sexualmente. Do envolvimento de cortes com uma das mulheres nasceu o primeiro mestiço de que se tem conhecimento naquela região. Além de ter tido um filho está referida mulher foi além de uma amante, virou interprete.
O primeiro encontro entre Cortez e Moctezuma II foi pacifico, Cortez estendeu a mão para Moctezuma II, mas foi impedido de tocá-lo, não sabia que era proibido tocar no grande senhor da terra.
Moctezuma convidou os espanhóis a se hospedarem em um dos seus palácios. Foi um erro. Uma semana depois Moctezuma foi raptado e obrigado a ser uma marionete de Cortez, ou seja, recebia suas ordens.
Em 1520 o estopim foi à interrupção de um sacrifício, e a morte dos participantes. Os membros da cidade ficaram indignados com tamanho sacrilégio e se revoltarão contra seu líder e o apedrejaram. Os espanhóis tentaram fugir na calada da noite, este dia ficou conhecido como noite triste, 400 Espanhóis e nativos traidores foram mortos.
Cortez e alguns dos seus companheiros conseguiram fugir, e decidiram destruir a cidade, cortou a entrada de agua e os alimentos, afim de que os astecas se rendam a fome. Em 1521 ocorreu o ataque final à cidade, esta guerra durou meses. Em 13 de agosto o ultimo líder dos Astecas foi capturado 90% dos nativos que viviam na Região que atualmente é chamada de México, inclusive com doenças que foram trazidas de outros países.
Agressivo, assassinato a sangue frio, tiranos, opressores, orgias de morte, são expressões utilizadas nesse documentário como forma depreciativa a cultura asteca, podemos perceber claramente que o outro nesse contexto não é compreendido. Em seu livro, Incas e Astecas: cultura pré-colombiana Ferreira aborda bem esse sentimento Europeu de que aqueles encontrados na América não passavam de bárbaros e eles eram “sujeito histórico por excelência”. Passando como subjetividade a inteligência e superioridade dos europeus. Para os especialistas os astecas não passavam de povos que viviam uma vida parcialmente animalesca sem compaixão para com o outro.