quinta-feira, 9 de maio de 2013

PIAGET E PERRENOAUD: CONTRIBUIÇÕES PARA PENSAR O ENSINO DE HISTÓRIA¹


         1.    INTRODUÇÃO

             Jean Piaget nasceu em 1896 na Suíça, era formado em biologia na Universidade de Neuchâtel. Ele nunca se formou em pedagogia, porém criou várias teorias em relação à educação infantil, através da observação de seus 3 filhos. Foi diretor do Instituto Jean Jacques Rousseau. Morreu em 1980, de causas não exatas, em Genebra.
Phillipe Perrenoud também é suíço, é formado em sociologia e antropologia. Ele trabalha com os componentes curriculares pratica e currículo. É um dos autores mais lidos do Brasil. Atua na Universidade Genebra e na Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação.
Este trabalho refletirá sobre ambos: Piaget e Perrenoud. Buscando identificar as semelhanças, que seria o pensamento reflexivo. Buscando compreender, trazem em seu discurso à formação, adolescente e jovem, e as armas que podem ser utilizadas pelos professores para tornar o máximo possível o aprendizado proveitoso.
Articulando esses saberes ao questionamento: Como os professores de História podem utilizar essas teorias na sala de aula? Elas são eficazes? Através delas que produtos podem ser gerados?
      2.  PERRENOAUD E PIAGET: AÇÕES REFLEXIVAS DO PROFESSOR
Perrenoud defende que o professor deve refletir sobre as ações que realiza. Será essa uma reflexão na ação, reflexão distante a ação e reflexão sobre a ação. A primeira se refere a quando o professor se questiona enquanto age, para que possa perceber que rumo à situação está tomando, se seus métodos estão funcionando ou não. Se um professor reflete durante o calor da ação ele poderá escolher se algo será feito ou não, com isso mudará a ordem das coisas. Na segunda a reflexão vai servir para analisar os resultados de uma ação após sua execução, nesta o professor verá o que foi valido e aceito por sua turma e enxergar seus erros para que estes não se repitam afim de que se possam criar novas possibilidades de aprendizado. Na reflexão sobre a ação o professor deve se afastar e tentar refazer em sua mente o raciocínio que formulou durante sua ação e assim verificar o que pode ser melhorado e seus pontos de vulnerabilidade, enfim perceber o que deve ser melhorado.
Através da reflexão sobre o sistema de ação o professor poderá perceber os acontecimentos que mais se reproduzem de forma negativa, e por isso bolar um esquema que o propicie combater estas atitudes.
Apesar de todos os planos e toda reflexão o professor nunca estará livre de errar. A vida não é o enredo de uma peça, milimetricamente planejado, a vida é cheia de estradas, e cada uma delas leva a um lugar diferente. Deparamo-nos com situações inesperadas, uma questão interessante que é abordada, uma desordem da turma, um aluno que ínsita tumulto. Essas atitudes levam o professor a trocar de caminho.
Os professores reflexivos são de suma importância para evitar diversas catástrofes, por exemplo, professores mal preparados para a docência, pois este ficará sem reação em ambiente hostil, alias quanto menos problemático for o ambiente de ensino de um professor, menos ele exercerá sua capacidade de refletir diante das situações.
Na Teoria da Genética, Piaget, aborda que só é possível as pessoas transformarem conhecimento em aprendizagem se praticar o esquema, este seria a estruturação do pensamento, isto é, a epigênese "o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas" (Piaget, 1976).
O conhecimento resultará das interações dos sujeitos com o meio em que vive, da observância de si mesmo, da autocorreção, da racionalização dos seus pensamentos, ou seja, sem a reflexão a relação com o meio é ineficaz. O processo de transformar conteúdo em conhecimento é um processo lento, feito muitas vezes de vários erros e poucos acertos.
Piaget acredita que o professor deve produzir, pensar, refletir sobre todos os seus passos, todos os seus métodos pedagógicos, para através desses poder melhorar a reflexão com o passar do tempo, tornando-se uma tarefa fácil de ser realizada.
O valor do professor de história se fará através de uma reflexão, pois sem ela, ele se tornará apenas uma pessoa que se disponibiliza a dar aula para uma turma, será aquele que não contribui significantemente para a formação de um individuo critico. Por exemplo, um professor decide trabalhar o teatro como forma de ensinar, e durante ou no fim percebe que pouca coisa de positivo foi acrescentada aos seus alunos. Se esse for um profissional reflexivo, ele saberá que essa decisão tomada foi um erro que não poderá ser repetido, caso contrario ele tentara novamente implantar em seus alunos o mesmo método. Com isso podemos notar que aquele professor que sabe interpretar o seu meio e dele tirar lição estará trazendo evolução para sala de aula.
A reflexão trará a oportunidade de mudanças positivas não tão somente para os alunos, mas também para o professor que estará indo para outro patamar, transformando-se naquele que poderá plantar, talvez, a primeira semente de interrogação, de questionamento do símil, e de aceitação do diferente. Será este um novo olhar disponibilizado aos alunos. Desta forma estará utilizando o pensamento de ambos os pensadores, para aperfeiçoamento do ensino de História. Se tornando uma forma bem melhor trabalhada de fazer com que o professor produza conhecimento com mais facilidade.
3.    CONCLUSÃO
De acordo com as discursões abordadas podemos entender que os pensamentos de Piaget e Perrenoud acerca da reflexão são semelhantes. Os dois abordam que é preciso que o professor deva refletir sobre os seus atos para que haja melhoras em suas praticas pedagógicas
Um professor reflexivo torna seus alunos aptos a refletir. Um professor que toma suas atitudes por impulso influenciará seus alunos a tomarem atitudes no calor da emoção. Por que o aprendizado não se dá somente pelo conteúdo imposto pelos livros e pelo professor, mas também pala maneira com que ele se posiciona diante das situações. O professor, de grosso modo, é um exemplo, às vezes um ídolo para seus alunos dependendo de seu lugar, de seu discurso, seu comportamento.
A disciplina história pertence a um lugar de critica, como ensinar história se o professor não tem capacidade de criticar a si mesmo. Como poderá refletir sobre os contextos históricos, se não consegue refletir sobre si mesmo.
Diante disso podemos concluir que as teorias Piaget e Perrenoud trazem bastante contribuição para o ensino/aprendizagem, tanto do aluno quanto do professor formando pessoas prontas para não aceitarem os discursos de forma passiva, e de não aceitarem chegar a uma perfeição, cientes de que sempre a algo a melhorar.
REFERÊNCIA
PERRENOUD, Perrenoud. A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica; trad. Claúdia Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2002. (p. 29-70).
PIAGET, Jean 1896. Fazer e compreender; trad. Christina Larroudé de Paula Leite. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
ucsnews.ucs.br/ccha/deps/cbvalent/teorias014/restrito/.../piaget3.html. Acesso: 01/12/2012 as 16:30

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