1. INTRODUÇÃO
Jean
Piaget nasceu em 1896 na Suíça, era formado em biologia na Universidade de Neuchâtel.
Ele nunca se formou em pedagogia, porém criou várias teorias em relação à
educação infantil, através da observação de seus 3 filhos. Foi diretor do
Instituto Jean Jacques Rousseau. Morreu em 1980, de causas não exatas, em
Genebra.
Phillipe Perrenoud também é suíço, é
formado em sociologia e antropologia. Ele trabalha com os componentes
curriculares pratica e currículo. É um dos autores mais lidos do Brasil. Atua
na Universidade Genebra e na Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação.
Este trabalho refletirá sobre ambos:
Piaget e Perrenoud. Buscando identificar as semelhanças, que seria o pensamento
reflexivo. Buscando compreender, trazem em seu discurso à formação, adolescente
e jovem, e as armas que podem ser utilizadas pelos professores para tornar o
máximo possível o aprendizado proveitoso.
Articulando esses saberes ao
questionamento: Como os professores de História podem utilizar essas teorias na
sala de aula? Elas são eficazes? Através delas que produtos podem ser gerados?
2. PERRENOAUD E PIAGET: AÇÕES REFLEXIVAS DO
PROFESSOR
Perrenoud defende que o professor deve
refletir sobre as ações que realiza. Será essa uma reflexão na ação, reflexão
distante a ação e reflexão sobre a ação. A primeira se refere a quando o
professor se questiona enquanto age, para que possa perceber que rumo à
situação está tomando, se seus métodos estão funcionando ou não. Se um
professor reflete durante o calor da ação ele poderá escolher se algo será
feito ou não, com isso mudará a ordem das coisas. Na segunda a reflexão vai
servir para analisar os resultados de uma ação após sua execução, nesta o
professor verá o que foi valido e aceito por sua turma e enxergar seus erros
para que estes não se repitam afim de que se possam criar novas possibilidades
de aprendizado. Na reflexão sobre a ação o professor deve se afastar e tentar
refazer em sua mente o raciocínio que formulou durante sua ação e assim
verificar o que pode ser melhorado e seus pontos de vulnerabilidade, enfim
perceber o que deve ser melhorado.
Através da reflexão sobre o sistema de
ação o professor poderá perceber os acontecimentos que mais se reproduzem de
forma negativa, e por isso bolar um esquema que o propicie combater estas
atitudes.
Apesar de todos os planos e toda
reflexão o professor nunca estará livre de errar. A vida não é o enredo de uma
peça, milimetricamente planejado, a vida é cheia de estradas, e cada uma delas
leva a um lugar diferente. Deparamo-nos com situações inesperadas, uma questão
interessante que é abordada, uma desordem da turma, um aluno que ínsita
tumulto. Essas atitudes levam o professor a trocar de caminho.
Os professores reflexivos são de suma
importância para evitar diversas catástrofes, por exemplo, professores mal
preparados para a docência, pois este ficará sem reação em ambiente hostil, alias
quanto menos problemático for o ambiente de ensino de um professor, menos ele
exercerá sua capacidade de refletir diante das situações.
Na Teoria da Genética, Piaget, aborda que só é possível as pessoas
transformarem conhecimento em aprendizagem se praticar o esquema, este seria a
estruturação do pensamento, isto é, a epigênese "o conhecimento não
procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata
pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações
constantes de estruturas novas" (Piaget, 1976).
O conhecimento resultará das interações dos sujeitos com o meio em que vive,
da observância de si mesmo, da autocorreção, da racionalização dos seus
pensamentos, ou seja, sem a reflexão a relação com o meio é ineficaz. O
processo de transformar conteúdo em conhecimento é um processo lento, feito muitas
vezes de vários erros e poucos acertos.
Piaget acredita que o professor deve produzir, pensar, refletir sobre
todos os seus passos, todos os seus métodos pedagógicos, para através desses
poder melhorar a reflexão com o passar do tempo, tornando-se uma tarefa fácil
de ser realizada.
O valor do professor de história se fará através de uma reflexão, pois
sem ela, ele se tornará apenas uma pessoa que se disponibiliza a dar aula para
uma turma, será aquele que não contribui significantemente para a formação de
um individuo critico. Por exemplo, um professor decide trabalhar o teatro como
forma de ensinar, e durante ou no fim percebe que pouca coisa de positivo foi
acrescentada aos seus alunos. Se esse for um profissional reflexivo, ele saberá
que essa decisão tomada foi um erro que não poderá ser repetido, caso contrario
ele tentara novamente implantar em seus alunos o mesmo método. Com isso podemos
notar que aquele professor que sabe interpretar o seu meio e dele tirar lição
estará trazendo evolução para sala de aula.
A reflexão trará a oportunidade de mudanças positivas não tão somente
para os alunos, mas também para o professor que estará indo para outro patamar,
transformando-se naquele que poderá plantar, talvez, a primeira semente de
interrogação, de questionamento do símil, e de aceitação do diferente. Será
este um novo olhar disponibilizado aos alunos. Desta forma estará utilizando o
pensamento de ambos os pensadores, para aperfeiçoamento do ensino de História.
Se tornando uma forma bem melhor trabalhada de fazer com que o professor
produza conhecimento com mais facilidade.
3. CONCLUSÃO
De acordo com as discursões abordadas podemos entender que os
pensamentos de Piaget e Perrenoud acerca da reflexão são semelhantes. Os dois
abordam que é preciso que o professor deva refletir sobre os seus atos para que
haja melhoras em suas praticas pedagógicas
Um professor reflexivo torna seus alunos aptos a refletir. Um professor
que toma suas atitudes por impulso influenciará seus alunos a tomarem atitudes
no calor da emoção. Por que o aprendizado não se dá somente pelo conteúdo
imposto pelos livros e pelo professor, mas também pala maneira com que ele se
posiciona diante das situações. O professor, de grosso modo, é um exemplo, às
vezes um ídolo para seus alunos dependendo de seu lugar, de seu discurso, seu
comportamento.
A disciplina história pertence a um lugar de critica, como ensinar
história se o professor não tem capacidade de criticar a si mesmo. Como poderá
refletir sobre os contextos históricos, se não consegue refletir sobre si
mesmo.
Diante disso podemos concluir que as teorias Piaget e Perrenoud trazem
bastante contribuição para o ensino/aprendizagem, tanto do aluno quanto do
professor formando pessoas prontas para não aceitarem os discursos de forma
passiva, e de não aceitarem chegar a uma perfeição, cientes de que sempre a
algo a melhorar.
REFERÊNCIA
PERRENOUD,
Perrenoud. A Prática Reflexiva no Ofício
de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica; trad. Claúdia Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2002. (p. 29-70).
PIAGET, Jean 1896. Fazer e compreender; trad. Christina Larroudé de Paula Leite. São
Paulo: Melhoramentos, 1978.
ucsnews.ucs.br/ccha/deps/cbvalent/teorias014/restrito/.../piaget3.html. Acesso: 01/12/2012 as
16:30
http://www.unige.ch/fapse/life/livres/alpha/P/Perrenoud_2004_A.html. Acesso: 01/12/2012 as 16: 40
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