quinta-feira, 9 de maio de 2013

CASAMENTO: UM NEGÓCIO PARA A VIDA TODA


“Ah! O amor... esse milagre de encantamento, espécie de suntuoso presente que atravessa os séculos (...). Feitos de encontros inesperados ou de acasos favoráveis ele é como um choque violento que eletriza cega e encanta. Deixa-nos perdidos (...) provoca desejos ou paixão que se manifesta na impaciência dos olhos, do coração, de todo corpo.” (DEL PRIORE, 2004, 12).

: O casamento na Terra de Santa Cruz durante o período de XVI e XVII, por determinação da igreja católica era considerado na teoria indissolúvel e imune ao adultério. O amor não fazia parte dos critérios exigidos para a realização do casamento. Alias quem se casava por escolha era tido como um tolo, que mais sedo ou mais tarde iria se arrepender.
Antes de se tornar um sacramento era apenas realizado como contrato para apenas aumentar a riqueza da família e não permitir a dispersão das terras. A escolha dos noivos vinha dos familiares, principalmente dos pais dos noivos chegando aos prometer desde a infância. As superstições em relação ao casamento e aos noivos era frequente. Deferente da mentalidade de hoje o Santo para qual se clamava o pedido pelo casamento era São João e não Santo Antônio.
A igreja por sua vez tentava sempre modular as pessoas, as mulheres mais do que os homens, por que as mulheres eram consideradas mais vulneráveis a provocar o mal, estavam mais perto do demônio que o homem. E o homem mais perto do bem, por isso a mulher ocupava um lugar na estrutura da sociedade inferior ao homem e a eles deviam a obediência.
A mulher tinha que possuir características comportamentais para um bom crescimento familiar e para felicidade do seu marido, ela deveria ser “virtuosa, honesta, honrada, discreta”, paciente, porque beleza passa e muitas vezes atrapalha o casamento, mas as características citadas fertilizam o lar. Por isso elas não tinham alternativas, de acordo com a igreja, a mulher deve respeitar seu marido em tudo e o servi sempre que ele quiser sendo sempre uma mulher exemplar. A imagem de uma esposa dominadora era abominável e todas que assim fosse estará indo de encontro com a ordem natural.
A esposa seria a geradora da descendência de seu marido e a ela seu marido não demonstrava amor, e não praticava sexo por prazer, nas mentes mais conservadoras. Tanto o homem, quanto a mulher só transavam com prazer, na maioria das vezes, com os amantes. O excesso de afeto, amor e prazer era condenado pela igreja, pois todo excesso corrompem os bons costumes e afastam o homem de Deus. No sexo o homem deveria sempre ocupava o lugar ativo e a mulher o passivo, porque o homem era considerado superior e a passividade o inferiorizava.
O ideal era que a mulher se casasse virgem, pois o sexo era um mal, mas após o casamento era “menos mal”. Com isso o sexo após o casamento era um forma de Deus de não permitir que o homem não caísse na luxuria, no pecado de Satã.
Existiam dias em que o sexo era proibido pela igreja, por exemplo, no tempo de jejum, na quarentena após o parto, durante a gravides e a amamentação. Também era proibida qualquer forma de evitar gravides e posições sexuais que depositassem o sêmen em lugar indevido como o sexo anal.
Contudo, podemos perceber que a vida no Brasil na colônia em relação a sexualidade era cercada por regras de condutas que deveriam ser seguidas em nome da moral e dos bons costumes. A igreja espalhava suas concepções e a sociedade utilizava, usando o olhar para vigiar o outro e tentar manter tudo em ordem.

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