“Ah! O
amor... esse milagre de encantamento, espécie de suntuoso presente que
atravessa os séculos (...). Feitos de encontros inesperados ou de acasos
favoráveis ele é como um choque violento que eletriza cega e encanta. Deixa-nos
perdidos (...) provoca desejos ou paixão que se manifesta na impaciência dos
olhos, do coração, de todo corpo.” (DEL PRIORE, 2004, 12).
: O casamento na Terra de Santa Cruz
durante o período de XVI e XVII, por determinação da igreja católica era
considerado na teoria indissolúvel e imune ao adultério. O amor não fazia parte
dos critérios exigidos para a realização do casamento. Alias quem se casava por
escolha era tido como um tolo, que mais sedo ou mais tarde iria se arrepender.
Antes de se tornar um sacramento era
apenas realizado como contrato para apenas aumentar a riqueza da família e não
permitir a dispersão das terras. A escolha dos noivos vinha dos familiares,
principalmente dos pais dos noivos chegando aos prometer desde a infância. As
superstições em relação ao casamento e aos noivos era frequente. Deferente da
mentalidade de hoje o Santo para qual se clamava o pedido pelo casamento era
São João e não Santo Antônio.
A igreja por sua vez tentava sempre
modular as pessoas, as mulheres mais do que os homens, por que as mulheres eram
consideradas mais vulneráveis a provocar o mal, estavam mais perto do demônio
que o homem. E o homem mais perto do bem, por isso a mulher ocupava um lugar na
estrutura da sociedade inferior ao homem e a eles deviam a obediência.
A mulher tinha que possuir características
comportamentais para um bom crescimento familiar e para felicidade do seu
marido, ela deveria ser “virtuosa, honesta, honrada, discreta”, paciente,
porque beleza passa e muitas vezes atrapalha o casamento, mas as
características citadas fertilizam o lar. Por isso elas não tinham
alternativas, de acordo com a igreja, a mulher deve respeitar seu marido em
tudo e o servi sempre que ele quiser sendo sempre uma mulher exemplar. A imagem
de uma esposa dominadora era abominável e todas que assim fosse estará indo de
encontro com a ordem natural.
A esposa seria a geradora da descendência de
seu marido e a ela seu marido não demonstrava amor, e não praticava sexo por
prazer, nas mentes mais conservadoras. Tanto o homem, quanto a mulher só
transavam com prazer, na maioria das vezes, com os amantes. O excesso de afeto,
amor e prazer era condenado pela igreja, pois todo excesso corrompem os bons
costumes e afastam o homem de Deus. No sexo o homem deveria sempre ocupava o
lugar ativo e a mulher o passivo, porque o homem era considerado superior e a
passividade o inferiorizava.
O ideal era que a mulher se casasse
virgem, pois o sexo era um mal, mas após o casamento era “menos mal”. Com isso
o sexo após o casamento era um forma de Deus de não permitir que o homem não
caísse na luxuria, no pecado de Satã.
Existiam dias em que o sexo era proibido
pela igreja, por exemplo, no tempo de jejum, na quarentena após o parto,
durante a gravides e a amamentação. Também era proibida qualquer forma de
evitar gravides e posições sexuais que depositassem o sêmen em lugar indevido
como o sexo anal.
Contudo, podemos perceber que a vida no
Brasil na colônia em relação a sexualidade era cercada por regras de condutas
que deveriam ser seguidas em nome da moral e dos bons costumes. A igreja
espalhava suas concepções e a sociedade utilizava, usando o olhar para vigiar o
outro e tentar manter tudo em ordem.
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