quinta-feira, 9 de maio de 2013

O AMOR E O CASAMENTO NO BRASIL COLÔNIA


O Brasil no período colônia impõe a sociedade uma vida cujo sistema que há rege é patriarcal, isto é, um sistema em que o homem ocupa um lugar de prestígio e uma importância especialmente perante a igreja, já que ela é a maior dizimadora dessa mentalidade que prende a mulher em uma rede invisível de regras e de máscaras de inferioridade, onde o homem domina e suas vontades devem ser respeitadas e realizadas. Restando a mulher apenas vestir-se de submissão, reverência, obediência, e fidelidade eterna. Sua vida seria a partir do casamento a vida de seu marido.
Sabemos que o ser humano trás em si a sexualidade, para que está não seja vista como pecado deve-se purificá-la através do casamento. Com ele o sexo deixaria de ser pecado e passaria a ser visto com naturalidade, pois, a perpetuação da espécie era necessária aos olhos dos homens e de Deus.
Segundo Mary Del Priore a historiadora Alzira Campos através de analises sobre o amor em São Paulo no século XVIII denominou dois tipos de amor, “o amor no casamento” e o “amor-paixão”. O primeiro retrata o amor puro, sem pecado, abençoado pela cerimônia matrimonial católica e o segundo trás o amor que simboliza o pecado, seria aquele que beirava as trevas e era passível de punição.
Era aconselhável que o casamento acontecesse sempre entre pessoas que possuíssem as mesmas semelhanças, de faixa etária, classe social, caráter moral e condições físicas. Isso, para que as diferenças não atrapalhassem a convivência entre os cônjuges. Em um relacionamento era necessário que a mulher fosse sempre uma esposa impecável, a felicidade do lar dependia exclusivamente dela.
De acordo com a Igreja, as pessoas podiam se casar a partir dos 14 anos para os homens e 12 anos para as mulheres, porém nem sempre se respeitava essa idade determinada, alguns se casavam antes ou depois desta idade estipulada. E quanto mais velho uma pessoa ficava mais se dificultava a possibilidade de casar-se, especialmente se tratando do gênero feminino.
Entre os mais ricos o casamento era uma necessidade de conservação de riquezas, nessa situação a união matrimonial significava a homogeneização dos bens materiais de ambas as famílias. Se tornando uma exceção o casamento por amor. Até porque quem possuía mais liberdade para escolher o seu conjugue era aqueles que não possuíam riquezas, muitas vezes esses, apesar de tantas regras em nome da moral e dos bons costumes não chegavam a respeitar o sacramento da Igreja, recorrendo à união sem a bênção divina.
O casamento era um ato que depois de realizado não se tinha mais como voltar atrás, portanto era preciso ter bastante cautela em relação à escolha dos parceiros. Casar-se por amor era considerado uma idiotice, na escolha não deveria pesar esse sentimento, pois o resultado seria um futuro de frustações e descontentamentos. O que deveria ser levado em consideração era a razão, pois essa resultaria em um futuro próspero.
Os pré-requisitos para a escolha da esposa ideal não consistia em aparência física ou boas possibilidades financeiras, mas sim em uma mulher respeitosa, que estava disposta a aceitar e satisfazer as vontades de seu marido, virtuosa, fértil, honrada, fiel e discreta. Um homem que tivesse a sorte de encontrar uma mulher com essas características garantia paz e felicidade para o seu futuro e ela seria a sua maior riqueza. Contudo era aconselhável pelos manuais de casamento que o homem não deveria mostrar tanto amor e desejo por sua mulher pois, o amor paixão era um obstáculo nas relações conjugais, porque a mulher poderia levar ao fundo poço. Nenhuma mulher era confiável devido a sua aproximação e/ou facilidade de praticar o mal podendo dominar o homem por ser considerada sinônimo de luxuria, mentira e falsidade.
A mulher dominadora era abominável em todas as situações aos olhos da sociedade. Por exemplo, em uma relação sexual era disseminada a mentalidade de que as mulheres deveriam ocupar a passividade enquanto ao homem preservava-se a sua plena atividade, ou seja, a mulher nunca poderia estar sob o homem durante o sexo. Com isso o prazer era reservado exclusivamente ao homem e a mulher restava apenas cultivar a sua virtude.
Diante do contexto abordado por Mary Del Priore podemos perceber que o casamento na colônia Brasil estava sujeito a varias relações de poder e intencionalidades. Na qual a igreja era a principal produtora de discursos que articulavam o comportamento da sociedade resultando em regras de conduta que deveriam ser aplicadas e seguidas, por exemplo, o sexo apenas após o casamento com finalidade procriava. Desta forma o período colonial desfalece a ideia de casamento por amor, a fim de enfatizar os interesses econômicos dos grandes detentores de riqueza.

Um comentário:

  1. Parabéns Juliana.. achei rico e muito interessante a sua reportagem.
    Dione C.Anache

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